Publicado em 16/12/2019 às 10h41.

Após morte de 4 profissionais, motoristas de aplicativos protestam por mais segurança

Dezenas de colaboradores das plataformas Uber e 99 se concentram nesta segunda-feira ao longo do Centro Administrativo da Bahia

Alexandre Santos / Rayllanna Lima
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba

 

Motoristas de aplicativos realizam um protesto nesta segunda-feira (26) no CAB (Centro Administrativo da Bahia), em Salvador. Eles revindicam medidas de segurança após quatro profissionais que atuavam pela plataforma 99 serem brutalmente assassinados na última sexta (13), no bairro da Mata Escura, na capital.

A chacina foi descoberta após um quinto motorista conseguir fugir do local do crime e pedir ajuda à polícia.

O ato da categoria nesta manhã ocorre em frente à Assembleia Legislativa, onde há dezenas de carros concentrados. A maioria exibe a inscrição “luto” em seus vidros.

Segundo presidente do Sindicato dos Motoristas de Aplicativos da Bahia, Átila Santana, o grupo também ocupará o entorno do prédio da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). A expectativa é que o titular da pasta, Maurício Barbosa, receba os representantes da categoria para uma audiência. Em seguida, os profissionais devem sair em carreata em direção à avenida Tancredo Neves, onde estão situados os escritórios da Uber e da 99 na capital.

Entre as reivindicações dos condutores está a exigência para que as empresas adotem recursos que possam garantir-lhes mais segurança no momento em que as corridas são solicitadas —a exemplo da exibição de foto do usuário.

Foto: Raylanna Lima/bahia.ba
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba

 

Motivação é investigada

Até agora, não se sabe a motivação dos assassinatos. De acordo com a SSP, um suspeito de ter cometido os crimes morreu em confronto com policiais na noite de sexta. Segundo uma testemunha, as vítimas foram atraídas ao local por duas travestis, que solicitaram corridas por meio dos aplicativos. Os motoristas acabaram caindo na emboscada. Três homens não identificados renderam as vítimas e as torturaram até a morte com golpes de facão. O caso está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa).

Os homens assassinados foram identificados como Alisson Silva Damascena dos Santos, 27, Daniel Santos da Silva, 30, Genivaldo da Silva Félix, 48, e Sávio da Silva Dias, 23.

Em nota, as empresas lamentaram o episódio.

“A companhia se solidariza com a família das vítimas nesse momento de profunda dor. A 99 mobilizou uma equipe especializada que está buscando contato com as famílias para dar todo o apoio e acolhimento necessários, o que inclui o acionamento de um seguro pessoal que cobre todas as corridas do aplicativo”, informou a 99.

A Uber, por sua vez, disse estar em contato com as autoridades responsáveis para apoiar nas investigações do “crime brutal e chocante”.

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