Publicado em 15/11/2019 às 16h40.

Arquidiocese abre processo para beatificar Madre Vitória, religiosa morta há 300 anos

Freira se destacou por suas elevadas virtudes, entre elas o dom de sonhar com pessoas necessidades e, em seguida, enviar ajuda

Redação
Foto: Divulgação/Assessoria
Foto: Divulgação/Assessoria

 

A Arquidiocese de Salvador, por meio do arcebispo e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, vai abrir um processo de beatificação da Madre Vitória da Encarnação, religiosa que morreu há mais de 300 anos. A causa já foi autorizada pelo Vaticano.

Uma sessão solene de instalação do processo será realizada na próxima terça-feira (19), às 16h, no Convento do Desterro, localizado na Rua Santa Clara do Desterro, em Nazaré. Em seguida, Dom Murilo presidirá a Missa.

Madre Vitória da Encarnação nasceu na cidade do Salvador, então capital do Brasil colonial, em 6 de março de 1661, sendo batizada no mesmo ano na antiga Sé da Bahia.

Em 1677, quando foi fundado o primeiro convento feminino no Brasil, o Convento de Santa Clara do Desterro da Bahia, a menina, então com 16 anos de idade, havia se tornado avessa à religião, preocupando seus pais com o seu comportamento. Mas depois tornou-se freira e se destacou por suas elevadas virtudes, falecendo em 1715 com fama de santidade.

No ritual de velório,  religiosos contam que Vitória foi vista voando pelos corredores do mosteiro em forma de passarinho.

Fama de santidade – Entre as virtudes apontadas, em relatos, sobre a Madre Vitória da Encarnação, algumas se destacam. Uma delas era o dom que ela tinha de sonhar com as pessoas necessitadas e, em seguida, enviar ajuda. A Madre também era procurada quando as Irmãs do convento – enclausuradas – recorriam para encontrar objetos perdidos.

Na Missa celebrada por Dom Murilo pelos 300 anos da morte da Madre Vitória da Encarnação – em 19 de julho de 2015 -, o Arcebispo abordou, na homilia, o “destacado amor aos pobres: ora os atendia diretamente, especialmente no tempo em que era porteira deste Convento, ora motivava suas coirmãs a ajudá-los; ou, então, diante de casos concretos, pedia que seus familiares fossem em socorro de famílias necessitadas que haviam pedido a sua ajuda. Sentia, no seu coração, aquilo que ouvimos no Evangelho, referente a Jesus: ‘Viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor'”.

Beatificação – A causa da beatificação possui um postulador que atua como uma espécie de advogado e tem a missão de investigar a vida do candidato à beatificação para verificar seu testemunho de vida e de santidade. No caso da Madre Vitória, o postulador da causa da beatificação será o frei Jociel Gomes, OFMCap.

Ao ser iniciado o processo, começam oficialmente os estudos históricos sobre a época em que a Madre Vitória viveu e a busca por documentos relativos a ela como, por exemplo, o diário do Convento, possíveis cartas ou testemunhos. A partir deste momento, é necessária a comprovação de um milagre atribuída a intercessão do Venerável. No Mosteiro, podem ser encontrados relatos de graças alcançadas por pessoas que recorreram à Madre Vitória da Encarnação.

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