Publicado em 26/09/2025 às 17h02.

Atenção no mar: afogamentos em Salvador já superam números de 2024

Trechos entre a Barra e Rio Vermelho estão entre os mais perigosos da capital baiana, alertam Corpo de Bombeiros e Salvamar

Otávio Queiroz
Foto: Freepik

 

O mar de Salvador tem se mostrado ainda mais perigoso em 2025. Apenas no mês de setembro, quatro pessoas morreram por afogamento na capital baiana. Os números do Corpo de Bombeiros revelam que, entre janeiro e agosto, já foram realizados 102 resgates, superando os 99 registrados no mesmo período de 2024.

A Coordenadoria de Salvamento Aquático de Salvador (Salvamar), ligada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), aponta que a situação é ainda mais preocupante quando se observa o trecho entre a Praia de Ipitanga e a de Jardim de Alah. De janeiro a agosto, foram 262 ocorrências de afogamento nesse intervalo, com sete mortes. No ano passado inteiro, foram 641 casos e oito mortes.

Praias mais perigosas em Salvador

Segundo o coordenador do Salvamar, Kailani Dantas, algumas praias exigem atenção redobrada por parte dos banhistas. Ele cita o Farol de Itapuã, o Farol da Barra e a praia do Buracão como pontos de maior risco. O Corpo de Bombeiros também alerta para áreas como o Barravento, na Barra, e a Praia da Paciência, no Rio Vermelho.

De acordo com o tenente Kleber Rocha, características naturais de algumas praias favorecem a ocorrência de afogamentos. “É importante ressaltar que toda praia possui seus perigos, mas aquelas expostas a uma maior energia de ondas são intrinsecamente mais perigosas devido à acentuação das correntes de retorno. Trechos com formações rochosas também apresentam alto risco”, afirma ao bahia.ba.

A chegada da primavera costuma trazer dias mais quentes e convidativos, mas setembro é considerado um período de maior risco. Segundo Rocha, nessa época o mar ainda se comporta como no inverno, com ondas mais fortes e marés elevadas. Essa combinação aumenta a formação de correntes de retorno, responsáveis por mais de 80% dos acidentes registrados.

“Apesar dos dias ensolarados, as águas apresentam ondulações de alta energia. A maré mais alta potencializa essas correntes, que são as principais causas de afogamento”, explica o oficial do Corpo de Bombeiros.

Cuidados essenciais antes de entrar no mar

O coordenador do Salvamar orienta que os banhistas priorizem locais com a presença de salva-vidas. Além disso, recomenda evitar áreas com pedras e corais, muitas vezes utilizadas para fotos, mas que podem aumentar os riscos de acidentes.

Outro ponto de atenção é com crianças e idosos. “Além dos afogamentos, há riscos de crianças perdidas, algo muito comum, e também lesões provocadas por ondas fortes ou pisadas em falso”, alerta Dantas.

Rocha acrescenta que identificar uma corrente de retorno pode ajudar a salvar vidas. Elas geralmente apresentam coloração diferente, ausência de ondas quebrando e um fluxo contínuo da água em direção ao mar aberto.

A principal recomendação do Corpo de Bombeiros é que, em situações de risco, pessoas sem treinamento não tentem realizar o resgate diretamente. O ideal é oferecer à vítima algum material flutuante e acionar imediatamente o 193.

Essa orientação é reforçada pelas estatísticas: muitas das mortes por afogamento ocorrem quando alguém tenta ajudar e acaba se tornando mais uma vítima.

Ações preventivas contra afogamentos

Além dos salvamentos, as instituições também trabalham com prevenção. Em 2024, o Corpo de Bombeiros realizou 12.351 ações educativas, entre orientações nas praias e atividades de conscientização. O Salvamar, por sua vez, mantém palestras e campanhas de informação ao longo de todo o ano, destacando a importância de medidas simples para evitar tragédias.

Otávio Queiroz

Soteropolitano com 7 anos de experiência em comunicação e mídias digitais, incluindo rádio, revistas, sites e assessoria de imprensa. Aqui, eu falo sobre Cidades e Cotidiano.

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