Publicado em 19/02/2025 às 11h51.

Bruno defende venda de área verde na orla e diz que terreno ‘não servia para nada’

Espaço foi arrematado em leilão por R$ 16 milhões após a desafetação e deverá ser destinado a um empreendimento imobiliário

Carolina Papa / André Souza
Foto: Leandro Aragão/ bahia.ba

 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), defendeu a venda de uma área verde entre o Cristo da Barra e o Clube Espanhol na orla. Ele alegou que o terreno não gerava arrecadação e a transação trará benefícios financeiros para a cidade. O espaço, arrematado em leilão por R$ 16 milhões após a desafetação, deverá ser destinado a um empreendimento imobiliário. A oposição acusa o prefeito de priorizar a especulação imobiliária em detrimento da preservação ambiental.

“Tem uma encosta ali, quase em frente ao Clube Espanhol, que não serve para nada, não gera um real de imposto para a prefeitura de Salvador e que a prefeitura desafetou uma área que está quase sem vegetação. Uma área que era avaliada por 4 milhões de reais que nós levamos para leilão e foi arrematada por 16 milhões de reais”, afirmou o prefeito.

Ainda em seu discurso, Bruno argumentou que a transação trará benefícios fiscais, como arrecadação de ITIV (Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos) e IPTU do futuro empreendimento. Segundo ele, a negociação pode gerar até R$ 50 milhões para os cofres públicos, recursos que seriam usados em projetos sociais. “Esses 50 milhões de reais permitem a gente mudar a vida do povo pobre da periferia dessa cidade, abrir restaurantes populares, abrir mais escolas para as crianças estudarem”, disse.

Bruno Reis também rebateu as críticas sobre o impacto urbanístico da construção no local. “Agora, meus amigos, se vai tirar vista parcial, lateral, que nem na frente é, de A, B ou C, aí ninguém tem o direito de impedir o desenvolvimento, o crescimento da cidade e ainda querer manter o seu direito de vista lateral que nem na frente de um empreendimento é”, declarou o prefeito.

O que diz a oposição

A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou a decisão e definiu como vergonhosa. “Aproveitou que o povo está com as atenções voltadas para a maior festa do planeta para vender a cidade por debaixo dos panos, como sempre. Mais uma vez sem debate na Câmara e sem participação popular”, afirmou a petista.

Já a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara Municipal, acusou Bruno de atender aos interesses da especulação imobiliária. “Agora ele é o Prefeito do Cimento, não é só o Prefeito das Taxas. Se a cidade já está quente, vai ficar mais quente ainda, e quem lucra com isso é a especulação imobiliária. É lamentável. O prefeito está vendendo nosso patrimônio para dar lugar a espigões, transformar a paisagem, o frontispício da nossa cidade, numa cortina de concreto”, declarou.

Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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