Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba.
DRT: 7543/BA
Publicado em 29/10/2025 às 10h54.
Casa das Histórias inaugura exposição ‘Floresta de Infinitos’ no sábado (1º)
A mostra reúne 16 artistas de diferentes regiões do Brasil
João Lucas Dantas

A Casa das Histórias de Salvador inaugura no próximo sábado (1º), às 11h, a exposição Floresta de Infinitos, uma experiência imersiva que convida o público a adentrar territórios de espiritualidade, arte e ecologia.
A mostra reúne 16 artistas de diferentes regiões do Brasil, sob curadoria de Ayrson Heráclito, Marcelo Campos, Thaís Darzé e Tiganá Santana, e marca o início do Novembro Salvador Capital Afro 2025, iniciativa da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). O acesso será gratuito no dia da abertura.
Inspirada na instalação homônima criada por Ayrson Heráclito e Tiganá Santana para a 35ª Bienal de São Paulo, em 2023, Floresta de Infinitos amplia o conceito inaugural da obra e traz novas conexões com forças ligadas às entidades africanas, afro-brasileiras e indígenas.
O resultado é uma travessia poética que entrelaça ancestralidade, território e espiritualidade para refletir sobre as urgências ecológicas do presente, como o desmatamento, a crise climática, a extinção de espécies e as violações contra os povos da floresta.
A vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos, destaca o simbolismo da abertura da exposição no primeiro dia do Mês da Consciência Negra, como uma das primeiras ações do calendário do Novembro Salvador Capital Afro.
“Essa exposição fala de raízes, de espiritualidade e de natureza — temas profundamente conectados à identidade de Salvador e ao legado dos povos africanos que moldaram nossa cidade. Começar o Salvador Capital Afro com essa travessia poética é uma forma de reafirmar nossa história, nosso orgulho e nossa herança viva”, afirma.
Segundo o artista e curador Ayrson Heráclito, há um forte simbolismo nesta remontagem no território de origem de muitas das referências presentes na obra. “Revisitar na Bahia esse trabalho tão importante, que nos representou na Bienal de São Paulo em 2023, é fundamental. Grande parte das pessoas que compõem esse trabalho são baianas, como Mãe Stella de Oxóssi, Mãe Edna, entre outras. Trazer essa obra, que evoca memória e ancestralidade de forma extremamente poética, tem um significado profundo. Por isso, é muito gratificante que essa montagem aconteça agora em Salvador”, destaca.
A instalação reverencia os guardiões da floresta – humanos e não humanos – que sustentam a continuidade da vida. São homenageadas figuras como Chico Mendes, Dom Phillips, Bruno Pereira, Mãe Stella de Oxóssi, Joãozinho da Goméia, Mãe Edna e Mãe Mirinha de Portão, além de seres e presenças simbólicas como o Rio Doce, a perereca-verde-de-fímbria e o pássaro peito-vermelho-grande. É um território simbólico onde humanos e não humanos, vivos e ancestrais, resistem juntos contra o extermínio.
O artista e curador Tiganá Santana reflete sobre o significado dessa remontagem em Salvador. “Esta floresta sonhada por mim e por Ayrson, no sentido de aproximar-se, a um só tempo, dos sonhos de candomblé e do sonhar yanomami, parte de nossas existências baianas. Sua instalação em Salvador apresenta um eixo profundo do seu significado para nós. Os espíritos-guardiões que aparecem entre os bambus, reensinando-nos a acessar nossas florestas internas, foram irradiados da nossa vida a partir da Bahial”, diz.
Espaço expográfico
Em sua nova montagem em Salvador, Floresta de Infinitos transforma-se em uma travessia sensorial na Casa das Histórias. O visitante é convidado a adentrar uma mata simbólica onde luz, som e aroma criam um ambiente de tempo suspenso e deslocamento do olhar, do espaço expositivo ao território do axé, do invisível e do encantamento.
As 60 obras que compõem a mostra expandem essa floresta em múltiplas linguagens e temporalidades. Pinturas, esculturas, fotografias, performances e arte digital evocam a presença dos orixás, das forças da natureza e das memórias ancestrais que habitam o corpo e a terra.
Em sua versão baiana, Floresta de Infinitos reúne artistas cujas práticas se conectam à luta ambiental, unindo arte, espiritualidade, ativismo e ecologia. Além de Ayrson Heráclito e Tiganá Santana, participam da mostra Alana Barbo, Aline Brune, Ani Ganzala, Arissana Pataxó, Davi Rodrigues, Edsoleda Santos, Frans Krajcberg, Laryssa Machada, Mateus Morbeck, Mayara Ferrão, Mestre Dicinho, Presciliano Silva, Tiago Sant’Ana, Ventura Profana, Yacunã Tuxá e Jaider Esbell.
Para a curadora Thaís Darzé, Floresta de Infinitos agora se torna um território de partilha, reunindo nomes consagrados e artistas emergentes da cena local, além de se desdobrar como um campo de encontros entre diferentes linguagens, gerações e visões de mundo. Nesse diálogo entre passado e presente, ela destaca o papel do Arquivo Público de Salvador na exposição.
“O Arquivo Público de Salvador oferece sua contribuição com a presença da memória, tão viva e tão material, criando uma ressonância potente com a proposta da mostra. Algumas das fotografias históricas do acervo passam a integrar a exposição, estabelecendo um diálogo direto entre o passado e o presente da cidade”, conta.
O curador Marcelo Campos destaca que a nova montagem mantém viva a essência da obra apresentada na Bienal de São Paulo, agora em diálogo com novas produções e contextos.
“Remontar Floresta de Infinitos é uma alegria. A própria instalação conduziu as escolhas curatoriais dos 16 participantes, guiadas pelas ideias de floresta e de infinito. Na origem, a obra traz personalidades e elementos da natureza que nos convidam a refletir sobre a preservação e a continuidade de pessoas e espécies essenciais à vida”, afirma.
Floresta de Infinitos conta com assistência de curadoria de Paulo Otávio Laia, produção executiva de Claudia Lima, coordenação de produção de Mariana Vaz, expografia de Alessandro Vital, produção da Janela do Mundo e coprodução da Hasta La Luna.
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