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Publicado em 05/12/2025 às 21h59.

Estado será firme na investigação da morte do adolescente Caíque, garante secretário

Jovem estudante de 16 anos foi morto em São Marcos durante uma ação policial

Redação
Foto: Divulgação / Ascom SJDH

 

O Governo da Bahia realizou, nesta quinta (4) e sexta-feira (5), a Caravana de Direitos Humanos no bairro de São Marcos, em Salvador. A ação levou ao território uma força-tarefa de órgãos estaduais para oferta de serviços, atendimento social e diálogo com moradores, após a morte de Caíque dos Santos, de 16 anos, durante uma operação policial em setembro.

A Caravana atende a um compromisso firmado em outubro, em reunião no Centro de Operações e Inteligência (COI), quando secretarias estaduais ouviram demandas de lideranças locais e familiares do adolescente. Participaram do processo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Relações Institucionais (Serin).

Na abertura do evento, na quinta-feira, o secretário da SJDH, Felipe Freitas, afirmou que o governo está comprometido com a apuração do caso. “Estamos aqui em São Marcos em um ato de solidariedade à toda a comunidade e à família de Caíque. Esta Caravana é uma oportunidade de reafirmarmos o nosso compromisso com a investigação desse caso, buscando a devida responsabilização pela morte desse jovem. É também o momento de reafirmar o valor dos direitos humanos como uma determinação e uma obrigação na nossa atuação enquanto servidores públicos”, declarou.

Além de serviços como emissão de documentos e assistência jurídica, a programação incluiu oficinas e rodas de conversa voltadas à prevenção da violência, educação e cultura.

Presente na Caravana, o vereador Hamilton Assis (PSOL) destacou a importância da ação. “Parabenizamos a SJDH pela iniciativa. Para o nosso mandato segurança pública se faz com inclusão e cidadania”, afirmou.

Jucélia dos Santos, mãe de Caíque, também acompanhou o evento. Para ela, a presença de órgãos estaduais representa a possibilidade de mudança na comunidade. “Agradeço às instituições pelos serviços que estão sendo feitos e pelo compromisso com a nossa família. Não vou parar de lutar até que tenhamos justiça por Caíque”, disse.

Além da SJDH, estiveram no ato a secretária de Políticas para as Mulheres, Neusa Cadore; a delegada Simone Moutinho, da Superintendência de Prevenção à Violência (Sprev); o coordenador de Políticas para a Juventude, Nivaldo Millet; e o promotor de Justiça Rogério Gomes.

Relembre o caso

O adolescente Caíque dos Santos Reis, de 16 anos, foi morto em 28 de setembro de 2025, no bairro de São Marcos, em Salvador, durante uma operação da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). Segundo familiares e moradores, Caíque teria obedecido ordens policiais — levantando as mãos e rendendo-se — quando foi baleado.

Relatos também apontam que ele não estava armado, nem tinha antecedentes criminais, e participava de um evento na quadra do bairro no momento da abordagem. Por sua vez, a PM afirma que os agentes estavam respondendo a uma suposta denúncia de indivíduos armados e que houve confronto: segundo a corporação, armas e drogas teriam sido apreendidas e outra pessoa também morreu na ação.

Recentemente, motivado por Felipe Freitas, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) decidiu instaurar um comitê para acompanhar casos de morte durante ações policiais, além de realizar alterações no Código de Ética da PM-BA, visando punir agentes que descumpram a legislação. A ideia é, com isso, diminuir a letalidade durante as operações da Polícia Militar no estado.

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