Publicado em 28/11/2024 às 18h22.

Faixas espalhadas por bairros da cidade refletem sobre violência contra a mulher

A iniciativa, que segue até esta sexta-feira (29), é uma ação do Instituto Glória, em parceria com a ONU Mulheres e a Prefeitura de Salvador

Redação
Foto: Instituto Glória/ONU/assessoria

 

Uma série de faixas com mensagens misteriosas, espalhadas em bairros como Ribeira, Caminho de Areia e Itaigara, tem chamado a atenção dos moradores de Salvador. “Maria, me perdoa. Eu prometo mudar” era o texto que intrigava os passantes e gerava especulações.

A iniciativa, que segue até esta sexta-feira (29), faz parte da campanha de conscientização do Instituto Glória, em parceria com a ONU Mulheres e a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).

A campanha, intitulada “Volta, Maria”, buscou impactar diferentes classes sociais, reforçando que a violência contra a mulher é um problema que atravessa todas as camadas da sociedade. A ação foi lançada no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), com o objetivo de alertar sobre uma fase específica e pouco discutida do ciclo de violência doméstica: o arrependimento.

“Essa fase do arrependimento é o momento em que o homem agressor pede desculpas, promete mudar e a mulher, muitas vezes, volta ao relacionamento abusivo. É um ponto crítico do ciclo de violência”, explica a secretária da SPMJ, Fernanda Lordêlo.

Motivação – De acordo com Júlia Artplan, coordenadora da ação pelo Instituto Glória, Salvador foi escolhida devido aos altos índices de feminicídio na Bahia, estado que concentra seis das dez cidades mais violentas para mulheres no Brasil. A campanha alcançou mais de 2 milhões de pessoas com apenas 20 faixas instaladas.

“Desde o primeiro dia, as faixas geraram curiosidade e engajamento. As pessoas perguntavam quem era Maria, tiravam fotos e publicavam nas redes sociais. Quando revelamos que a campanha tratava de violência doméstica, o impacto foi ainda maior”, relata Júlia.

As faixas seguiram um formato simples, mas altamente simbólico, provocando uma reflexão necessária em um país onde, a cada 10 minutos, uma mulher é assassinada apenas por ser mulher. “Mensagens como essas realmente chegam às pessoas. Foi emocionante ver o quanto as mulheres se identificaram e se sentiram tocadas”, completa a representante do Instituto.

Canais de apoio – Além da conscientização, a campanha reforçou os canais de apoio para mulheres em situação de violência em Salvador, como os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (Cream), a Casa da Mulher Brasileira, os Centros de Referência Loreta Valadares (CRAMLV) e Irmã Dulce.

Para quem precisar de ajuda, os serviços podem ser contatados pelos números:

Casa da Mulher Brasileira (71) 3202-7390

CRAMLV: (71) 3202-7396

CREAM: (71) 3232-7380

Centro Irmã Dulce: (71) 3202-7399

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