Publicado em 10/12/2024 às 10h23.

Fernando Guerreiro celebra ações para artes cênicas em 2025, mas cobra mais espaços culturais

"Não podemos pensar apenas nos espaços tradicionais. A cidade precisa de mais teatros e espaços culturais fora do circuito central", afirmou

André Souza / Carolina Papa / Fredie Ribeiro
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O diretor teatral Fernando Guerreiro celebrou o pacote de ações voltadas para a valorização e fortalecimento das artes cênicas em 2025, anunciadas pela prefeitura de Salvador na manhã desta terça-feira (10) no Espaço Cultural da Barroquinha. Guerreiro também fez um alerta sobre a escassez de espaços culturais adequados para abrigar a crescente demanda por eventos e produções.

“O teatro baiano tem uma produção criativa e forte, e há uma grande demanda por apoio específico aos artistas”, afirmou Guerreiro, citando que iniciativas como a do pacote anunciado são fundamentais para o desenvolvimento do setor.

Ele também lembrou o sucesso do espetáculo Torto Arado, que, após grande sucesso em Salvador, segue lotado em São Paulo e está sendo indicado a diversos prêmios. “Está aí o Torto Arado esse ano, que foi um sucesso estrondoso, está lá em São Paulo, lotado, sendo indicado para todos os prêmios. E a minha vida, a minha formação toda, foi no teatro. Eu sou essencialmente um diretor teatral e os meus colegas há muito tempo que me pedem que a gente crie dentro da Prefeitura uma política específica”, ressaltou o diretor.

Durante o evento, também foram celebradas parcerias com a Funarte, como o projeto ‘Curto Circuito’, que promoverá a circulação de diversas linguagens artísticas pelos espaços da Fundação Gregório de Matos. Além disso, Guerreiro citou a execução bem-sucedida de editais, como a Aldir Blanc, a Lei Paulo Gustavo II e o programa ‘Viva Cultura’, que, este ano, isentou R$ 7 milhões em impostos.

No entanto, a falta de espaços adequados para a cultura na cidade foi alvo de críticas de Guerreiro. “Esse é um movimento que precisamos fazer coletivamente. Não podemos pensar apenas nos espaços tradicionais. A cidade precisa de mais teatros e espaços culturais fora do circuito central”, disse. Ele mencionou a importância de reconhecer e valorizar teatros localizados em bairros periféricos, como os teatros dos Bocas de Brasa, de Cajazeiras, Valéria e Coutos, que, segundo ele, têm programação constante e lotada, mas ainda são pouco visibilizados pela mídia e pelo público.

Guerreiro também defendeu a abertura de teatros em escolas particulares, que possuem espaços equipados, mas ficam frequentemente fechados por questões operacionais. “Muitas escolas têm teatros com 250, 300 lugares, mas esses espaços não são utilizados. Precisamos batalhar para que eles abram e recebam programação cultural”, afirmou.

Por fim, o diretor teatral sugeriu a criação de um teatro municipal como uma das soluções para a falta de espaços adequados. “Isso é um pleito que venho fazendo há muito tempo ao prefeito Bruno Reis. Quem sabe conseguimos avançar com isso”, afirmou. Ele ainda elogiou o trabalho realizado no Teatro do Irdeb e no Teatro Dois de Julho, localizados fora do centro da cidade, e que, segundo ele, têm se destacado pela qualidade da programação.

André Souza

Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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