Publicado em 07/02/2020 às 21h20.

Jovens protestam em sede da PM, após agressão racista a jovem

A manifestação visa repudiar as agressões sofridas por um jovem negro na semana passada, no bairro de Paripe

Redação
Foto: Google Maps
Foto: Google Maps

 

Um ato político-cultural organizado pela Coordenação Naciona de Entidades Negras (Conem) foi realizado nesta sexta-feira (7) em frente ao Quartel dos Aflitos, sede do Comando da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), no Largo dos Aflitos.

A manifestação visa repudiar as agressões sofridas por um jovem negro na semana passada, no bairro de Paripe, que levou socos e chutes por conta do cabelo black power.

Intitulado de ‘Black é crime – Meu cabelo é minha raiz’, o ato começou por volta das 15h. Ao final do protesto, os presentes entregaram rosas aos policiais e ao subcomandante-geral da PM, Paulo Uzeda.

“Esse policial não lembra que fez, porque isso é diário, é o normal do dia a dia dele. A gente precisa mostrar para a sociedade, dar visibilidade a todas as ações violentas da polícia. A gente tem certeza que um policial bom e comprometido com a comunidade não vai ter problema com isso, mas o policial que acha que é superior e está servindo a uma elite, esse sim vai se incomodar, inclusive tem que sair da polícia, essa galera tem que sair”, disse o coordenador da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Cristiano Lima, ao ATarde.

“O que a gente tem visto é uma série de violências sistemáticas contra a população negra e, por mais que digam que esses casos são isolados, quando a gente busca esses casos, sempre na ponta deles tem um jovem negro ou mulher negra sendo violentamente atingido pela brutalidade policial”, afirmou Rezende, ressaltando a importância de compreender que os policiais também são, muitas vezes, jovens que moram na periferia e muitas vezes morrem em serviço. “[Os policiais] podem fazer ações de mudança dessa situação, então oferecemos para a polícia música, poesia, rosas, e vamos perguntar a eles de que lado querem estar, se é do lado dos seus iguais ou das elites”, completou outro manifestante, Marcos Rezende.

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