Permissionários da Ceasinha reclamam de custos
Após reforma, gastos com aluguel e condomínio aumentaram, mas fluxo de clientes não cresceu
Os permissionários do Mercado do Rio Vermelho, mais conhecido como Ceasinha, estão encontrando muitas dificuldades para arcar com os custos de operação no local. Desde a inauguração em junho do ano passado, a gestão mudou das mãos do estado para um grupo privado que cuida da administração do condomínio.
De acordo como Karina Gusmão, presidente da associação dos permissionários, os custos com aluguel e condomínio tiveram um aumento superior a 200%. Permissionária de uma pet shop, Karina diz que hoje paga por volta de R$ de R$ 1,6 mil de aluguel e R$ 3,9 mil com condomínio.
“Estamos mais satisfeitos com os serviços e com as novas instalações, mas antes eu pagava algo como 20% desse valor. Não justifica tudo isto. E a administradora evita fazer uma série de serviços. Se há um problema na porta do quiosque, por exemplo, não há intervenção para reparo. O piso já está cheio de rachaduras. Tem quiosque que sofre quando chove um pouco mais forte”, pontua Karina.
Com uma floricultura e uma loja de artesanato há mais de duas décadas, Fátima Carvalho, diz que a situação está crítica. “Os custos estão muito altos, se a situação seguir assim vou acabar indo à falência. Pago quase R$ 3 mil entre aluguel e condomínio, mas o fluxo de clientes não aumentou, no meu caso até diminuiu. Não vejo porque os encargos serem tão caros. Antes, não despendíamos um terço disso” se queixa.
Para outro permissionário, que preferiu não ser identificado, não há elevação no número de clientes que compense a elevação dos gastos. “Meu gasto aumentou, mas onde estão os clientes? É mais ou menos a mesma coisa de antes. Assim não compensa. O que vi mudar foi o perfil de cliente, só”, diz.
De acordo com permissionários não há incentivo novo para que as pessoas passem a frequentar o local e, depois da reforma, muitos acabam acreditando que tudo lá está mais caro. De fato, em visita à Ceasinha na tarde desta segunda-feira (23), a reportagem do Bahia.ba encontrou um movimento muito fraco de clientes fazendo compras no espaço.
Administradora – Com concessão para administrar o Mercado por cinco anos, a Enashopp diz que só está responsável pela área comum do prédio e que situações como infiltrações e rachaduras no edifício são responsabilidade da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), responsável pelo equipamento.
“Nossa responsabilidade é por administrar a segurança, a limpeza e a manutenção da área comum. Cada permissionário é responsável pelo seu espaço. O espaço está mais bem visto pelos clientes. Hoje há serviços que antes não aconteciam. Claro que isto tem um custo” diz Paulo Henrique, administrador responsável da Enashopp no Mercado.
De acordo com Paulo Henrique, o custo geral da administração é rateado em proporção à área ocupada. Cada metro quadrado tem custado, em média, R$ 72 mensalmente.
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