Publicado em 24/03/2025 às 12h02.

Prefeito volta a defender venda de áreas verdes após críticas sobre especulação

Segundo Bruno Reis, gestão municipal já incorporou cerca de R$ 400 milhões em razão de desapropriações de terrenos "sem utilidade"

Leandro Aragão / Alexandre Santos
Foto: Leandro Aragão/bahia.ba

 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), defendeu nesta segunda-feira (24) a venda de terrenos que, segundo ele, não têm utilidade para o cidadão e geram custos aos cofres municipais. Criticado por projetos que supostamente favorecem à especulação imobiliária, o prefeito disse ao bahia.ba que sua gestão já incorporou cerca de R$ 400 milhões em razão de desapropriações, incluindo a venda de quatro áreas verdes.

“Como prefeito, nós comercializamos quatro áreas. Apuramos, dessas áreas, de R$ 16 milhões e já incorporamos ao patrimônio público quase R$ 400 milhões. A última vez que eu vi essa conta eram R$ 384 milhões. Então, vejam vocês que diferença”, disse ao bahia.ba ao ser questionado sobre o tema.

A declaração foi dada durante o lançamento do Recicla Salvador, programa por meio do qual a população poderá trocar materiais recicláveis por alimentos, dentre outros itens.

“As áreas que têm uma nomenclatura lá atrás, de verde, que muitas delas não têm nada mais de verde, são áreas que não têm qualquer utilidade para o cidadão, que não frequenta essas áreas, não utiliza essas áreas. Pelo contrário, tem um custo da prefeitura, que tem que retirar os entulhos que as pessoas jogam. Tem que evitar que essas áreas sejam invadidas. São essas áreas que a prefeitura procura alienar para ter mais recursos para implantar projetos importantes como esse, o Recicla Salvador, e tantos outros que nós temos em nossa cidade”, acrescentou o prefeito.

Em entrevista ao bahia.ba na última sexta (21), a líder da oposição na Câmara de Vereadores, Aladilce Souza (PCdoB), afirmou que a administração de Bruno Reis trata de forma “obscura” e sem transparência a venda de terrenos públicos.

Ela cita como exemplo uma encosta no Morro Ipiranga, na orla, arrematada por R$ 16 milhões em um leilão posteriormente cancelado por uma suposta “falha” no sistema de pregão eletrônico.

O espaço, entre o Cristo da Barra e o Clube Espanhol, dará lugar a um empreendimento imobiliário ou comercial de alto padrão porque não “servia para nada“, segundo o prefeito.

Mobilizada em favor da revisão do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), Aladilce afirmou que as mudanças precisam contemplar diretrizes para “frear” o avanço da especulação imobiliária e proteger as áreas verdes da cidade.

O plano, que deveria ser revisto pelo Legislativo no ano passado, ainda não foi encaminhado por Bruno Reis.
Entre as brechas da atual versão do PDDU está a permissão para construção de espigões à beira-mar.

 

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.