Publicado em 01/12/2025 às 14h25.

Projeto de Capoeira vai oferecer aulas gratuitas para crianças em 2026

Capoeiragem Mirim contempla 10 meses de aulas com acompanhamento pedagógico em comunidade de Salvador

João Lucas Dantas
Foto: Gabriel Brito/ Divulgação

 

Instrumento de resistência e conquista que nasceu no Brasil com raízes africanas, a Capoeira une cultura, esporte e educação. Os três elementos são a base do projeto Capoeiragem Mirim – Educando através da Capoeira, que vai beneficiar, em 2026, 84 crianças da comunidade do Bate Facho, localizada na Boca do Rio, periferia social de Salvador.

A iniciativa é da Escola CTE Capoeiragem, através do Instituto CTE Capoeiragem. A partir do mês de fevereiro, serão 10 meses de aulas de Capoeira gratuitas, às sextas-feiras para os pequenos de 2 a 6 anos.

Sob o comando do mestre Balão (Ricardo Carvalho), esta edição do projeto, com o patrocínio da Natulab Farmacêutica e do Governo do Estado da Bahia, através do programa Fazcultura, vai atender alunos da Escola Comunitária do Bate Facho, oferecendo também uniformes, instrumentos musicais e lanches.

O grande diferencial da iniciativa será a grade teórica sobre cultura afro-brasileira com acompanhamento pedagógico e metodologia desenvolvida pela Escola Centro de Treinamento e Estudos da Capoeiragem (CTE Capoeiragem).

“Nosso lema sempre é: menos violência, mais Capoeira. O objetivo é levar oportunidade para as crianças e os jovens em situação de vulnerabilidade social. Esse projeto é uma missão que entende a Capoeira como instrumento de transformação social e trabalha valores de cidadania, respeito, ética e disciplina”, diz mestre Balão, idealizador do programa e presidente do Instituto CTE Capoeiragem.

Como vai funcionar

Além das aulas práticas e teóricas, os alunos também vão poder participar de três eventos programados para o ano que vem. Num encontro que vai reunir as turmas matutina e vespertina, um mestre antigo de Capoeira dividirá suas vivências com as crianças. No Torneiro Ubuntu de Capoeira (que remete ao termo africano que significa “eu sou porque nós somos”), todos poderão competir com união, enfatizando a importância da coletividade, da empatia e do espírito de equipe.

Por fim, no Batizado da Capoeira, que acontecerá na semana da Consciência Negra, os alunos vão receber a primeira cordinha. Além disso, irão se apresentar para a comunidade com a Bateria Sustentável Capoeiragem Mirim, projeto que será desenvolvido pelos alunos transformando resíduos sólidos em instrumentos musicais.

CEO da Natulab Farmacêutica, Ronnie Motta destaca o poder da Capoeira de contribuir para o desenvolvimento do ser humano, promover cidadania e fortalecer laços comunitários. “Como capoeirista, fico ainda mais feliz em poder apoiar um projeto tão impactante como este. Acreditamos que investir em ações esportivas e culturais voltadas para crianças e jovens é uma forma sólida de contribuir para um futuro mais inclusivo e equilibrado”, diz Ronnie.

Sobre o Capoeiragem Mirim

O Capoeiragem Mirim nasceu em 1994, na comunidade do Bate Facho, e se tornou um Programa Social. De lá para cá, mais de 10 mil crianças e jovens já passaram pela iniciativa. Atualmente, há ex-alunos atuando como professores de Capoeira em diferentes estados do Brasil e fora do país. Além do núcleo Bate Facho, outros núcleos na cidade também estão em atuação, beneficiando um total de quase 200 crianças e jovens.

João Lucas Dantas
Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA

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