Publicado em 21/02/2025 às 15h21.

Sede do Ilê, Senzala do Barro Preto ganhará climatização, acessibilidade e tratamento acústico

A intervenção terá investimento de R$5 milhões e prazo para conclusão em meados do segundo semestre

Redação
Foto: Valter Pontes/ Secom PMS

 

Salvador deu mais um passo importante na valorização de um dos seus principais símbolos da cultura afro-brasileira. Nesta sexta-feira (21), o prefeito Bruno Reis e a vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, assinaram a ordem de serviço para o início das obras de requalificação da Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, localizada no Curuzu.

A intervenção terá investimento de R$5 milhões e prazo para conclusão em meados do segundo semestre. A iniciativa envolverá amplas melhorias estruturais, com implantação de climatização, acessibilidade e tratamento acústico, beneficiando inclusive a Escola Mãe Hilda, que funciona no espaço. O projeto foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).

As ações visam projetar ainda mais as ações do Ilê, bloco que completou 50 anos de existência em 2024. “Vamos juntos construir praticamente uma nova sede. E mais importante do que esta obra que nós vamos realizar são os serviços que serão oferecidos às pessoas daqui do Curuzu, da Liberdade e de toda Salvador. Hoje, esse local, que é o berço da resistência da nossa cidade, já realiza um lindo trabalho social. Mas nós vamos somar forças para ampliar isso”, destacou Bruno Reis.

O intuito, acrescentou, é que a Senzala possa ser mais um espaço Boca de Brasa para estimular coletivos de arte, música, dança, teatro, como acontece em diversos bairros onde o projeto está instalado.

“A ideia é que aqui também seja um centro profissionalizante. A Prefeitura está na iminência de assinar o contrato com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), onde nós vamos ter recursos para a qualificação de mão de obra. E vamos aproveitar essa estrutura aqui existente para qualificar profissionais da área da cultura. Além da escola (Mãe Hilda), também iremos oferecer, no contraturno para as crianças, os serviços da Fundação Cidade Mãe”, anunciou o prefeito.

Fundador e presidente do bloco, Vovô do Ilê agradeceu o apoio da Prefeitura e falou sobre o quanto as obras irão valorizar o patrimônio cultural que a Senzala do Barro Preto representa.

“Tivemos muitas propostas para o Ilê, quando começou a crescer, a sair daqui do Curuzu e ir para outro bairro, mas eu resisti. Somos o maior centro cultural, não só da Bahia. A maioria dos profissionais formados, entre cantores, dançarinos e percussionistas, chegou aqui com seis, sete anos. Muitos deles estão morando fora do Brasil, dando continuidade a esse trabalho que chamo de Revolução dos Tambores. A Senzala é um lugar de entretenimento, educação, de parcerias. Então, estou muito feliz por essa parceria com a Prefeitura que vai ampliar tudo o que já desenvolvemos”, disse Vovô.

Projeto – Com 5,4 mil metros de área construída, a sede do Ilê Aiyê possui oito andares e abriga laboratórios de informática, salas de aula, salas de pintura, cozinha industrial e diversos outros espaços que serão modernizados.

“A sede está precisando de uma recuperação em toda estrutura. Mas eu chamo a atenção para alguns pontos que entendo que foram importantíssimos. Primeiro, a climatização do salão principal, que hoje é muito quente. O lugar recebe cerca de 3 mil pessoas que participam de grandes eventos, sendo que a maioria deles acontece no verão”, explicou a presidente da FMLF, Tânia Scofield.

Segundo ela, na prática, a climatização ocorrerá no salão principal e também em toda a sede do Ilê. Além disso, o projeto contempla promover mais acessibilidade com implantação de rampas de acessos, recuperação do sistema elétrico – que possui pontos comprometidos -, instalação de sistema de incêndio, ampliação do sanitário feminino e construção de sanitário PCD.

“Além da recuperação da área do salão de dança e salas de curso, as obras ocorrerão na fachada, no portão de ferro que tem um desenho artístico e está comprometido em vários pontos, assim como pintura geral. Ou seja, a gente vai requalificar totalmente a sede do Ilê e torná-la, na verdade, um espaço adequado como esse grande bloco afro merece”, complementou Tânia.

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