Selo de qualidade incrementa o tabuleiro da baiana
Para deixar o acarajé ainda mais atrativo, grupo de 60 baianas vai passar por curso de Manipulação de Alimentos e Gestão Básica
As baianas que quiserem participar do curso devem procurar a Associação de Baianas de Acarajé (Abam), no Pelourinho, onde serão feitas as inscrições. Para tornar o tabuleiro mais moderno e prático e colocá-lo nas especificações da nova lei, a UCSal está mobilizando os alunos dos cursos de nutrição, engenharia, arquitetura e administração.
Origem – O acarajé nasceu como um “bolinho de santo” ofertado a Oyá, a Iansã da religião dos orixás, deusa dos ventos, senhora das tempestades e soberana dos relâmpagos, cujo dia foi comemorado com muita festa em Salvador, na sexta-feira (4). Com o tempo, o acarajé – incialmente chamado de acará – ganhou as ruas, o tabuleiro das baianas trajadas a rigor e conquistou o paladar de nativos, turistas e estrangeiros.
Em seu livro Etnocenologia e etnoculinária do acarajé, o antropólogo Vivaldo da Costa Lima (1925-2010) considera que o vocábulo acarajé pode ser uma versão do pregão das baianas, convidando a freguesia a comer (jê) o acará. Daí, acarajé. Vivaldo lembra que, com seus tabuleiros, essas mulheres alimentavam, a preços módicos, a população pobre de Salvador. Com o tempo, até o tabuleiro mudou de formato. Antes, de madeira e colocado sobre um cavalete; hoje, de alumínio coberto com um tampo de vidro.
Pesquisadora do assunto, a jornalista e professora universitária Agnes Mariano explica porque acarajé rima com candomblé: “Na religião dos orixás, os homens dialogam com seus deuses através dos sacrifícios e oferendas de alimentos. O acará é um deles e veio para o Brasil através dos escravos africanos iorubás. No Brasil colonial, acarajés, abarás e carurus, entre outros pratos eram vendidos nas ruas, em tabuleiros que as escravas de ganho equilibravam sobre a cabeça, enquanto iam cantando pregões para atrair a freguesia. Com o que conseguiam juntar, muitas até conseguiram comprar a própria liberdade”.
Receita – No livro Bahia de Todos os Santos, guias das ruas e dos mistérios da cidade do Salvador, o escritor Jorge Amado dá a receita da iguaria de rua mais conhecida de sua terra: “O feijão fradinho fica de molho até inchar. Depois é descascado cuidadosamente e ralado numa pedra de ralar. Ralado no metal, estraga-se definitivamente. Tempero: sal, cebola, camarões secos descascados e moídos. A massa, após ser batida, é frita num frigideira ao azeite-de-dendê. O sabor do acarajé é dado em grande parte pelo molho quase sólido feito com pimenta, camarão ralado, cebola e azeite-de-dendê, molho que é colocado dentro do acarajé no momento de ser servido. As baianas que vendem comidas nas ruas só fritam a pasta do acarajé na hora de servir. Quente é muito mais saboroso que frio. Só serve muito apimentado”.
É de dar água na boca.
Mais notícias
-
Salvador
20h20 de 26 de janeiro de 2021
Cancelado ponto facultativo no Carnaval de Salvador
Decisão foi tomada conjuntamente por governo do estado e prefeitura; festa já havia sido suspensa
-
Salvador
15h02 de 26 de janeiro de 2021
‘Não podemos esperar a vacina’, diz secretário de Educação sobre volta às aulas
Em videoconferência, Marcelo Oliveira disse que não pode esperar a imunização de professores devido ao risco de perder mais um ano letivo
-
Salvador
13h42 de 26 de janeiro de 2021
Cães que atacaram morador em Patamares são levados para clínica na Barra
A vítima sofreu diversos ferimentos, incluindo uma fratura exposta e foi encaminhada para o Hospital São Rafael
-
Salvador
10h04 de 26 de janeiro de 2021
Embasa interrompe abastecimento de água em seis localidades após falta de energia
Segundo a empresa, faltou energia nas instalações do reservatório da Gomeia durante a madrugada desta terça (26)
-
Salvador
07h14 de 26 de janeiro de 2021
VLT: para início de nova etapa das obras, trem do Subúrbio deixa de operar em fevereiro
Obra está prevista para ser concluída no prazo de 24 meses
-
Salvador
13h15 de 25 de janeiro de 2021
Força-tarefa interdita 13 estabelecimentos no final de semana
Os fiscais também dispersaram dez aglomerações nos bairros do Garcia, Barra, Caixa D’Água, Rio Vermelho, São Cristóvão, Parque Bela Vista e Piatã