Publicado em 28/06/2024 às 13h00.

TCE autoriza governo da Bahia a comprar trens do VLT de Mato Grosso 

Modal seria uma das obras para o Mundial de 2014, mas não saiu do papel após PF e MP apontarem suspeitas de composição e desvio de dinheiro

Redação
Foto: Ilustração/Secom Gov-BA

 

O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) autorizou o governo Jerônimo Rodrigues (PT) a comprar trens e outros equipamentos destinados à implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Salvador. As composições pertencem ao Estado do Mato Grosso e estão sob responsabilidade do consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande.

O processo foi apreciado por unanimidade em sessão plenária na quinta-feira (27).

Além de considerar como regular a aquisição dos bens, os conselheiros firmaram o entendimento de que o TCE-BA deverá continuar auditando as próximas fases da operação, incluindo a construção do modal.

Segundo o TCE, a assinatura do contrato deverá ocorrer na próxima semana, na sede da corte, que atuou como mediador da solução consensual.

O início das obras do VLT soteropolitano foi autorizado no dia 14 de junho. Ao todo, serão 36,4 quilômetros de extensão, com 34 paradas. A previsão é que o primeiro dos três trechos do sistema seja concluído em 2027.  

O custo estimado do equipamento é de R$ 3,2 bilhões.

Obra parada há 10 anos sob suspeita de corrupção

O VLT do Mato Grosso era uma das obras para a Copa do Mundo de 2014. A construção foi interrompida naquele mesmo ano, após investigação conta entre a Polícia Federal e o Ministério Público apontarem suspeitas de corrupção e desvio de dinheiro. O então governador Silval Barbosa chegou a ser preso e fez delação premiada.

O obra já custou R$ 1 bilhão, e o consórcio, numa estimativa feita seis anos atrás, calculava que precisaria de mais R$ 922 milhões para concluí-la. 

O governo do Estado rompeu administrativamente o contrato com o consórcio em 2017, na gestão de Pedro Taques. O consórcio recorreu na Justiça e teve o recurso negado. Em 2020, o atual governador, Mauro Mendes, decidiu fazer a substituição do modal, de VLT para BRT, que era a escolha inicial do estado, desta vez com ônibus elétricos.

 

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