Publicado em 19/07/2023 às 15h55.

Vendedora de acarajé rosa diz que foi proibida de usar termo: ‘tentando me prejudicar’

"O bolinho de feijão da gente é uma delícia, e a tonalidade que é uma cor usada com anilina de bolo, não mudou de forma nenhuma o sabor do bolinho", diz a quituteira ao bahia.ba

Romulo Faro / Vitor Silva
Foto: Arquivo Pessoal

 

Em entrevista ao bahia.ba, a comerciante Adriana Ferreira, de 45 anos, criadora do acarajé cor de rosa, diz que não pode mais usar o nome oficial do quitute mais famoso da Bahia, após representantes da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) entrarem com um recurso na Justiça. De acordo com as baianas, a cor diferente não representa as tradições de venda da iguaria. 

Adriana Ferreira viralizou nas redes sociais com seu acarajé diferente, que ela criou no embalo do filme Bárbie, sucesso mundial dos cinemas que estreia nesta quinta-feira (20) no Brasil. “Eu não posso mais citar o nome (acarajé). Elas (as baianas) entraram com recursos, com queixas, tentando me prejudicar de todas as formas”, afirma a quituteira, que esperava alavancar as vendas.

“O bolinho de feijão rosa eu fiz em homenagem ao engajamento que está sobre a ideia do filme da Barbie. É uma estratégia de muitas empresas para alavancar vendas, para que as pessoas conheçam o nosso trabalho e para chamar atenção mesmo. É algo saboroso, o bolinho de feijão da gente é uma delícia, e a tonalidade que é uma cor usada com anilina de bolo, não mudou de forma nenhuma o sabor do bolinho”, afirma Drica, como é conhecida por seus clientes.

A comerciante diz ainda que não teve intenção de afrontar nenhuma religião de matriz africana e que o produto na cor rosa será comercializado apenas durante esta semana de lançamento do filme. 

“Gerou algumas polêmicas de pessoas que estão associando como se eu quisesse tirar a tradição, como se eu quisesse mudar o legado da tradição da baiana. Isso nunca existiu, porque está sendo só uma arma de propaganda nessa pré-estreia do filme, e é só essa semana, não é algo que vou continuar comercializando”, disse. 

Drica afirma que após a polêmica houve aumento nas vendas. “Estou fazendo combos com bolinhos rosas. Está saindo bastante, está tendo bastante aceitação. Tem muitas crianças pedindo.”  

Sobre o recurso que proíbe a comerciante usar o o nome acarajé e críticas recebidas, ela disse que não vai rebater. “Sou uma pessoa muito tranquila, eu foco na paz, prefiro não dar continuidade nem retrucar esses tipos de comentários.” 

A vendedora contou que sua mãe é evangélica e trabalha com comida baiana há 30 anos, que é de onde vem o seu legado. Ela ainda ressaltou que tem dois pontos de vendas em Salvador. “Venho de uma família tradicional. Minha mãe trabalha há 30 anos com comida baiana, bolinho de feijão etc. Peguei o legado da minha mãe e trabalho no ramo há 16 anos. Tenho um ponto em Paripe e uma loja em Itapuã.”

Romulo Faro

Editor do bahia.ba; atua na editoria de política desde 2008

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