Publicado em 25/06/2020 às 17h07.

Dia Mundial do Vitiligo foi criado após a morte de Michael Jackson

O bahia.ba conversou com a modelo baiana Carine Guimarães, portadora da doença que atinge 0,5% da população brasileira, para falar sobre a importância da data

Bianca Andrade
Foto: Youtube
Foto: Youtube

 

O dia 25 de julho se tornou uma data importante na música pop em 2009, após a morte do cantor Michael Jackson. Para dar um novo significado a data e lembrar do dia não em um tom de nostalgia, mas sim de orgulho, foi criado dois anos depois, o Dia Mundial do Vitiligo.

A data não foi escolhida de forma aleatória, o Rei do Pop foi uma das figuras mais significativas na cultura a ser portador da doença.

O Dia Mundial do Vitiligo busca conscientizar e minimizar o preconceito sobre a doença genética que afeta 1% da população mundial e 0,5% da brasileira.

Michael fazia parte dessa porcentagem e teve o diagnóstico da doença não contagiosa em 1984. O cantor “se tornou branco” aos olhos do público, que não entendia o que estava acontecendo com o artista e por vezes acusaram o intérprete de Thriller de não estar satisfeito com a sua cor.

Em entrevista à Oprah Winfrey, em 93, o artista declarou que nunca teve a intenção de mudar a tonalidade de sua pele, mas não tinha como evitar que aquilo acontecesse. Dois anos antes, Michael havia lançado o single Black or White.

“É algo que não posso controlar. Quando as pessoas inventam histórias sobre eu não querer ser quem sou, isso me machuca. É um problema para mim. Eu não posso controlar. E o que dizer sobre as milhões de pessoas que tomam sol para ficar mais morenas, para se tornar algo diferente do que são? Ninguém fala nada sobre isso”.

O vitiligo tem como característica principal a perda da coloração da pele, em virtude da destruição das células que formam a melanina, os melanócitos. O resultado são manchas brancas pelo corpo, de tamanhos variados.

A causa da doença ainda é desconhecida, mas alguns fatores são apontados como agravantes ou desencadeamento do vitiligo, como a genética, exposição solar ou química, alterações autoimunes, condições emocionais de estresse e traumas psicológicos. A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas na pele.

Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal
Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal

 

O bahia.ba conversou com a modelo Carine Guimarães, baiana, e portadora de vitiligo tipo universal, diagnosticada aos 6 anos. Ao site, Carine, que chegou a fazer tratamentos para o vitiligo, falou sobre a importância da data e sobre a necessidade de debater o tema de forma ampla.

“É fundamental conscientizar a galera de que o vitiligo não é uma doença contagiosa e que a gente consegue conviver com ela normalmente”, disse a modelo.

Com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, a modelo se tornou uma inspiração para jovens portadores de vitiligo por estampar grandes campanhas publicitárias ao redor do Brasil com marcas como Skol, Gilette, Buscofem, além de campanhas locais para a Prefeitura e Governo do Estado, mas Carine revela que caiu de paraquedas no mundo da moda, um acerto do acaso, que não acontece com outras pessoas que também tem a doença.

“No meu caso foi bem por acaso, eu fui convidada para fazer uma campanha e dessa campanha se abriram várias portas. Mas não é fácil para ninguém, se eu disser para você que é só chegar assim e fazer eu vou estar mentindo. Eu comecei de cara fazendo uma campanha grande e pra mim rolou mais fácil, mas eu conheço uma galera que tá ralando até hoje para conseguir”.

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