Qual a relação entre ser inteligente, ser feliz e ter sucesso?
Existem sete tipos de inteligência e todas as pessoas têm um pouco das sete dentro de si

Durante grande parte dos séculos XIX e XX, acreditou-se que a inteligência podia ser facilmente comparada através de testes que mediam basicamente aspectos matemáticos e verbais, como o famoso teste de QI, quociente de inteligência, que determinava a inteligência da pessoa em números. Em muitos países, empresas e governos investiram muito dinheiro no desenvolvimento dessas habilidades. Escolas acabaram com programas importantes de artes e música e empresas passaram a contratar, desenvolver e promover com base nesses resultados.
Os primeiros testes foram criados na França para medir a “idade mental” das crianças, com o objetivo de facilitar o nivelamento e a organização na educação formal, uma vez que o governo francês tinha determinado que todas as crianças deviam frequentar a escola, o que não era um costume nessa época. A partir desses estudos, novos testes foram criados em outros países, também para adultos e popularizados quando foram usados para testar as capacidades de milhões de recrutas que participariam da primeira guerra mundial e posteriormente por Hitler, para exterminar pessoas que nele se saiam mal.
Acreditava-se, nessa época, que esses testes podiam medir a “inteligência geral” de uma pessoa, uma habilidade mental inata considerada tão mensurável quanto a altura ou o peso, e que não sofria alterações nem pela educação, nem pelo ambiente familiar ou pelo trabalho árduo. Os defensores da causa consideravam a inteligência a mais valiosa das qualidades humanas, e queriam testar cada criança e cada adulto para determinar seus lugares na sociedade, designando as posições mais importantes para os cidadãos mais brilhantes.
Com o tempo, o teste de QI caiu em descrédito
Os testes de QI realmente contribuíram para objetivar algumas características, minimizando atitudes inadequadas de muitos chefes e professores, que sobreavaliavam pessoas com as quais simpatizavam ou subavaliavam aqueles pelos quais tinham menos simpatia. Por outro lado, apesar de muito úteis, os resultados dos mesmos eram limitados, uma vez que um questionário com poucas dezenas de perguntas, aplicado em menos de uma hora, realmente não podia oferecer uma amostra suficientemente abrangente sobre o conjunto de habilidades cognitivas de uma pessoa.
Com o tempo, o teste de QI foi caindo em descrédito, pois foi se notando que nem sempre as pessoas mais inteligentes obtinham os melhores resultados na vida. Quociente de inteligência mais habilidades técnicas combinados definiam apenas 25% do sucesso no trabalho. Ou seja, aproximadamente 75% do sucesso profissional nada tinha que ver com essa inteligência. Os cientistas começaram a notar que pessoas com resultados medíocres nos testes de QI, se davam bem na vida, pois eram determinadas, disciplinadas, persistentes e carismáticas.
Na década de 1990, alguns psicólogos norte-americanos publicaram ideias revolucionárias sobre habilidades emocionais como instrumentos muito mais abrangentes e capazes de medir o potencial e a inteligência do que o QI. Esses conceitos foram apelidados com a expressão “inteligência emocional” ou QE – Quociente Emocional e passou a ser a chave do sucesso no mundo dos negócios, popularizado internacionalmente pelos livros e publicações de Daniel Goleman, redator de Ciência do The New York Times.
Da Vinci, um raro exemplo de inteligência
Segundo Howard Gardner, psicólogo autor da teoria das inteligências múltiplas, existem sete tipos de inteligência e todas as pessoas têm um pouco das sete dentro de si. No entanto, cada pessoa tem um ou dois desses tipos mais desenvolvidos e que se sobrepõem sobre os outros. Isto explica porque um indivíduo é muito bom em matemática, e não tanto em artes. De acordo com Gardner, são raríssimos os casos em que uma pessoa possui diversas inteligências desenvolvidas, como Leonardo da Vinci, por exemplo, que foi um excelente pintor, botânico, matemático, anatomista e inventor. Por outro lado, são raros também os casos em que uma pessoa não possui nenhuma inteligência. Gardner afirma ainda que estas inteligências apresentam-se de duas formas: algumas são inatas e determinadas pela genética e outras influenciadas e desenvolvidas a partir dos estímulos e experiências vividas no ambiente social em que estão inseridas.
Os sete tipos de inteligência identificados no trabalho de Howard Gardner são: linguística – compreensão e expressão oral e escrita, lógica – memória e solução de problemas, motora – expressão corporal e noção de espaço, distância e profundidade, espacial – facilidade para criar, imaginar e desenhar imagens multidimensionais, musical – facilidade para processar sons além do normal, criar novas harmonias e tocar instrumentos, interpessoal – liderança, comunicação e coordenação de equipes, intrapessoal – carisma e facilidade para entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Esses conceitos são muito importantes para mostrar que podemos ser bons em algo e não tão bons em outra coisa, mas que todos nós somos capazes em coisas diferentes.
Seguindo esses novos conceitos, surgiu ainda mais recentemente no meio científico, a chamada “Inteligência Social”, ou QS – Quociente Social, muito parecida com os conceitos de inteligências intra e interpessoal, descrita como a capacidade de compreender, se relacionar e motivar os outros. Segundo essa nova teoria, nossas inteligências trabalham em conjunto com as inteligências dos outros, pois vivemos em uma sociedade. Todas as habilidades são importantes e se completam, mas, precisamos da inteligência social para administrar essas capacidades e entender suas diferenças.
A realidade que se cria é a chave para tudo
Empresas, escolas e governos seguem discutindo qual inteligência é mais importante, QI, QE ou QS? Essa pergunta termina num debate em círculos. Como perguntar o que é mais importante no esporte, o ataque ou a defesa? Ou quem é mais importante num negócio, os clientes ou os empregados? O que a ciência recentemente descobriu é que em vez de ficarmos pensando sobre qual delas é melhor isoladamente, devemos focar em como nosso cérebro consegue combinar, desenvolver e ampliar todas as nossas inteligências.
Segundo Shawn Achor, um dos maiores autores da psicologia positiva, não há dúvida de que todas as inteligências, cognitivas, emocionais e sociais impactam nossos índices de felicidade e sucesso, mas todas surgem de um único ponto: da capacidade de enxergar a realidade na qual o sucesso é possível. Porque antes de você sentir uma emoção sobre o mundo, conectar-se com outra pessoa ou começar a solucionar um problema, seu cérebro já criou a realidade sobre se o sucesso vai poder ou não ser alcançado. A realidade que você cria é a chave para tudo. É o que te permite ver oportunidades em vez de obstáculos, novas rotas em vez de becos sem saída, caminhos para o sucesso em vez de fracassos.

Ainda segundo Shawn Achor, em seu livro “Before Happiness”, você pode ter todas as inteligências bem desenvolvidas, se você não acreditar que as tem ou que é capaz de fazer a diferença, de nada elas adiantam. Quantas pessoas conhecemos que são muito inteligentes, mas que não acreditam em si próprias e por isso não avançam em suas vidas, não são felizes, não alcançam o sucesso? Outras pessoas são craques em criar realidades positivas, como se possuíssem o toque de Midas, pois transformam em ouro cada desafio, cada oportunidade, cada relacionamento que aparece em sua vida, estão sempre vendo novas maneiras de atravessar os obstáculos. Não é que essas pessoas não enxerguem as coisas negativas, mas elas acreditam que têm a possibilidade de fazer alguma coisa para mudar essa realidade. Shawn Achor chama essas pessoas de “Gênios Positivos”.
O mais interessante é que, segundo Shawn Achor, qualquer pessoa, independente de quanto QI, QE ou QS tiver, pode se tornar um gênio positivo. O caminho é passar a perceber uma realidade na qual o sucesso é possível e onde o seu comportamento faz a diferença. Dessa forma vai poder usar todo o seu potencial, inteligências e habilidades.
Pense nisso e muito sucesso pra você!
Adriana Prado tem 25 anos de experiência em Recursos Humanos. Atualmente mora no México, é mestranda em Liderança Positiva e consultora da “The Edge Group”, empresa equatoriana pioneira em programas de crescimento pessoal e organizacional na América Latina, através da aplicação das descobertas da Psicologia Positiva, a Ciência da Felicidade.
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