Publicado em 20/12/2024 às 21h00.

Sintomas como os “fogachos” sinalizam maior risco de doenças cardiovasculares em mulheres

E, os famosos "fogachos" ou ondas de calor, que são comuns durante esse período, são sintomas que têm relação com o aumento de risco cardiovascular

Redação
Foto: Freepik

 

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira do Coração (SBC).

Nas mulheres, ainda de acordo com a SBS, observa-se aumento da prevalência e de morte por doenças cardiovasculares principalmente após a menopausa. Vale destacar que, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), no país, cerca de 40% das mulheres estão nessa etapa em que ocorre o climatério.

E, os famosos “fogachos” ou ondas de calor, que são comuns durante esse período, são sintomas que têm relação com o aumento de risco cardiovascular. Ginecologista especializado em saúde metabólica e longevidade e autor do livro “Existe vida após a menopausa”, Dr. Jorge Valente explica que os primeiros sintomas do climatério, fase da vida da mulher iniciada quando ela começa a perder os hormônios sexuais e apresentar todos os sintomas associados à menopausa, tendem a acontecer, em geral, a partir dos 45 anos. Mas, a chegada da menopausa, que é quando a mulher fica um ano ininterrupto sem menstruar, costuma ocorrer por volta dos 48 a 53 anos”.

Segundo o médico, os sintomas vasomotores da menopausa, que incluem as ondas de calor, também conhecidas por “fogachos” e a sudorese noturna, constituem uma resposta automática do sistema nervoso autônomo à percepção de temperatura. “Nesta etapa da vida as mulheres apresentam uma instabilidade no centro termorregulador porque a sensação térmica é regulada por um núcleo do sistema nervoso central com abundância em receptores estrogênicos”, destaca o Dr. Jorge Valente.

Isso ocorre, diz o médico, porque o estrogênio desempenha uma importante função na manutenção da função endotelial, que é a camada interna dos vasos sanguíneo, e a redução da sua produção pode levar a danos e disfunção endotelial, sendo estes considerados como evento iniciador da aterosclerose e do aumentando do risco de outras doenças cardiovasculares.

Os estudos mostram que quanto mais intensos ou prolongados são os “fogachos”, mais evidente o comprometimento da saúde vascular. Ou seja, o risco de morte de mulheres por doenças cardiovasculares após a menopausa de fato aumenta. “Os resultados destes estudos nos trazem um alerta para a necessidade de valorização desses sintomas, devendo pacientes e médicos acompanharem com atenção, tendo em vista os fatores de risco que estes representam para a saúde cardiovascular e bem estar geral”, destaca o ginecologista.

“É importante ainda salientar que nem todas as mulheres vão apresentar este tipo de sintoma, pois estes dependem de vários fatores, dentre eles o estilo de vida. Quando a mulher inclui na sua rotina cuidados com a alimentação, exercícios físicos, hidratação adequada e sono de qualidade, ela reduz as chances de apresentar os desconfortos provocados pelo climatério e de doenças a estes relacionadas”, alerta o médico. Ele lembra ainda que as mulheres devem estar atentas aos sinais dados pelo corpo e que ao surgirem sintomas que possam estar associados ao climatério busquem um profissional médico para uma avaliação mais detalhada e prescrição de terapias adequadas para prevenção de agravos de saúde.

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