Publicado em 16/05/2025 às 12h01.

Venda de tadalafila cresce 20 vezes em 10 anos e bate recorde no Brasil, diz levantamento

Uso do medicamento para disfunção erétil é impulsionado por redes sociais e pressão por desempenho sexual, apontam especialistas

Redação
Foto: Reprodução/TV Globo

 

As vendas de tadalafila, medicamento indicado para o tratamento da disfunção erétil, cresceram quase 20 vezes no Brasil ao longo dos últimos dez anos, segundo levantamento exclusivo da Anvisa obtido pelo portal g1. Em 2024, o país registrou a venda de 64 milhões de comprimidos — número recorde. Em 2015, foram 3 milhões de unidades comercializadas.

O aumento expressivo nas vendas é atribuído à popularização do remédio nas redes sociais, onde passou a ser conhecido como “tadala” e promovido como um suposto recurso para melhorar a performance sexual. Essa onda de consumo inclui até promessas infundadas de aumento peniano, desmentidas por especialistas.

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a venda da “Metbala”, uma goma à base de tadalafila que vinha sendo divulgada por um influenciador digital. O produto reforça a tendência de busca por alternativas informais para melhorar o desempenho sexual, muitas vezes sem respaldo médico.

A tadalafila chegou ao mercado nos anos 2000 como uma alternativa à sildenafila, o viagra, oferecendo efeitos mais duradouros e menor incidência de efeitos colaterais. O remédio é vendido em farmácias sem necessidade de retenção de receita médica, o que facilita o acesso.

Apesar do avanço nas vendas, o número de diagnósticos de disfunção erétil não acompanha o mesmo ritmo. Para médicos e psiquiatras, os dados evidenciam um aumento na pressão masculina por desempenho sexual, bem como inseguranças relacionadas à virilidade.

Segundo estimativas, cerca de 16 milhões de brasileiros convivem com a disfunção erétil, que se caracteriza pela dificuldade recorrente de alcançar ou manter uma ereção suficiente para a penetração. A tadalafila age como vasodilatador, aumentando o fluxo de sangue no pênis e permitindo a ereção.

Especialistas alertam para o uso indiscriminado do medicamento por homens sem indicação médica, o que pode trazer riscos à saúde, especialmente em combinação com outras substâncias ou no caso de doenças cardiovasculares.

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