Publicado em 18/11/2016 às 15h20.

Adsumus: situação de Ricardo Machado vai se agravar nos próximos meses

Petista é investigado por associação criminosa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e crime de responsabilidade

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Carol Garcia/GOVBA
Foto: Carol Garcia/GOVBA

 

O ano de 2017 promete ser complicado para o prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT). Investigado na Operação Adsumus, o petista é apontado como um dos grandes articuladores do esquema de corrupção que atuava em mais de 80 municípios baianos.

No dia 31 de dezembro deste ano, Machado vai perder o foro privilegiado, prerrogativa de função (direito concedido a chefes do Executivo e parlamentares de serem investigados e julgados por tribunais superiores), e a situação do seu processo poderá ser agravada.

Sem o “benefício”, a apuração contra o gestor, que hoje tramita na segunda instância do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), será transferida para a Vara Criminal da cidade do Recôncavo, onde os processos da Adsumus têm corrido de forma mais célere.

Nos últimos meses, Machado viu pessoas próximas presas, como o seu irmão, Bruno Antônio Moreira Cardoso Carmo, acusado de desviar R$ 646.360,47 com fraudes em licitações. O vice-prefeito de Santo Amaro, Léo Pacheco (PSB), também chegou a ser detido, mas foi solto duas semanas depois por decisão do desembargador Mário Alberto Hirs. Ambas as prisões decretadas pela Vara Criminal de Santo Amaro.

De acordo com a força-tarefa da Operação Adsumus, Ricardo Machado é investigado por associação criminosa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e crime de responsabilidade. O petista teria desviado dinheiro nos contratos de obras, material de construção e locação de veículos e máquinas.

No dia 3 de novembro, após uma verdadeira batalha judicial, a Justiça Eleitoral de Santo Amaro julgou procedente o pedido de cassação do prefeito. Machado, que já havia tido o seu mandato cassado em janeiro e reverteu a decisão judicial após liminar em março, ficará inelegível pelos próximos oito anos, assim como o vice-prefeito Leonardo Pacheco (PSB).

A decisão do juiz eleitoral Marcos Adriano Silva Ledo ainda o condenou ao pagamento de multa de R$ 35 mil e à inelegibilidade a partir de 2012. De acordo com a sentença, houve “indícios do cometimento de ilícitos eleitorais, civis, administrativos e criminais” por parte da gestão do petista, relativos ao seu envolvimento em prejuízos gerados em função de atrasos em 20 obras em Santo Amaro, que deveriam ter sido concluídas em 2015. De acordo com o MP, o déficit com a falta das intervenções chega a R$ 66 milhões.

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