Publicado em 03/05/2024 às 21h00.

Advogado diz que Cid admitiu que ‘pisou na bola’ ao criticar investigação da PF

Tenente-coronel Mauro Cid foi solto nesta sexta-feira (3)

Redação
Foto: Isac Nóbrega/PR

O tenente-coronel Mauro Cid disse ter se arrependido do “desabafo” que fez ao dizer, em áudios vazados à imprensa, que o inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado é uma “narrativa pronta”. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi solto nesta sexta-feira (3).

O relato foi feito pelo advogado Cézar Bitencourt, que faz a defesa de Mauro Cid, em coletiva nesta sexta-feira, 3, após o militar ser solto. “Nós já tivemos uma conversa de cara. Ele [Mauro Cid] mesmo [disse]: ‘Pisei na bola’. É lógico que pisou, né?! É um sujeito inteligente. Outra coisa: o celular é o mundo, um universo, ninguém controla. Então, se você não se controlar… Com certeza ele agora não vai cometer o mesmo erro”, relatou Bitencourt.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos.  Cid estava preso preventivamente desde 22 de março após virem a público áudios em que ele insinua ter sido pressionado a confirmar uma “narrativa pronta” na colaboração. Nas gravações, publicadas pela Revista Veja, o militar também diz que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes já tem a sentença dos investigados.

Ao ser preso, após uma oitiva com um juiz do gabinete de Moraes, Cid desmaiou. Segundo o advogado, sua pressão chegou a cinco, um nível muito abaixo do normal. A decisão de Moraes que libertou Cid mantém as medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, como também assegura a validade de sua delação premiada.

“Consideradas as informações prestadas em audiência nesta Suprema Corte, bem como os elementos de prova obtidos a partir da realização de busca e apreensão, não se verifica a existência de qualquer óbice à manutenção do acordo de colaboração premiada nestes autos, reafirmadas, mais uma vez, a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”, escreveu o ministro.

Além de usar tornozeleira eletrônica, Cid está proibido de sair da residência dele a partir das 18 horas e nos finais de semana, deverá se apresentar à Justiça todas as segundas-feiras e não poderá usar redes sociais, nem se comunicar com outros investigados.

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