Publicado em 14/06/2017 às 11h37.

Após afago, Maurício Trindade mantém greve, mas muda discurso

Vereador dizia que ACM Neto só pensava em 2018 e agora argumenta que brincava com ele de Playmobil: “O prefeito é meu amigo há mais de 30 anos”

Evilasio Junior
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Afagado pelo prefeito como um vereador que “tem olhar especial” para o trânsito, apesar de ser médico, o vereador Maurício Trindade (DEM) mantém a greve de 30 dias na Câmara de Salvador, mas mudou o discurso.

Se antes o edil reclamava que ACM Neto só tinha olhos para a eleição estadual de 2018, após ser enquadrado pelo Palácio Thomé de Souza (ver aqui e aqui) o mote passou a ser o desprestígio da sua categoria política. “Não tem nenhum descontentamento, não. Nossa greve é solitária. Ninguém é contra a Prefeitura de Salvador. É em relação aos poderes legislativos do Brasil todo, que são submissos aos poderes executivos e os projetos de vereadores não são sequer olhados e analisados”, argumentou, em entrevista ao bahia.ba nesta quarta-feira (14), durante o lançamento do projeto Salvador 360 Negócios, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep.

Segundo Trindade, apesar dos 17 anos de diferença, quando a preocupação de Neto – hoje com 38 – com a política se resumia a uma mera simulação de Playmobil, os dois já montavam as peças juntos. “O prefeito é uma pessoa democrática e, de forma nenhuma, ele quer as pessoas dizendo amém. Ele quer pessoas que discutam, que tenham críticas construtivas, que debatam etc. Por isso as pessoas pensam que nós estamos contra a prefeitura. De forma nenhuma. O prefeito é meu amigo há mais de 30 anos. Há quase 20 e poucos anos nós fazemos política juntos e não tem nenhuma rusga com o prefeito”, conjeturou.

A próxima pauta importante para o Executivo é o projeto de desafetação de terrenos, que autoriza a prefeitura a vender terrenos de propriedade do Município e está previsto para ser votado na Câmara em 5 de julho. Nos cálculos atuais do vereador, o motim dele já terá se esvaído no prazo. “A greve já deve ter uns 15 a 20 dias. Deve ter uns oito a 10 dias de greve ainda. Depois não tem problema nenhum. Acho que ela cumpriu o efeito dela que é chamar atenção para a importância dos poderes legislativos como apresentadores de ideias e propostas boas para a cidade”, contemporizou.

Ainda bem que o companheiro de tabuleiros não soube da polêmica protagonizada pelo aliado.

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