Publicado em 15/09/2017 às 08h40.

Busca por cargos aproximou Lúcio e Cunha, aponta PGR

A relação entre o ex-presidente da Câmara e Geddel Vieira Lima também foi forjada na busca obscura por recursos, segundo a acusação

Alexandre Galvão
Foto: Divulgação/ PMDB nacional
Foto: Divulgação/ PMDB nacional

 

A “flechada” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no núcleo do PMDB atinge também baianos da legenda. Segundo parte do termo do acordo de delação premiada de Lúcio Funaro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima se aproximou de Eduardo Cunha por precisar de cargos para seu irmão, Lúcio Vieira Lima, eleito em 2010 para a Câmara dos Deputados.

“Com a ida de Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, à Câmara, também ocorreu a aproximação de Geddel com Cunha, pois seu irmão precisava de cargos”, aponta a peça.

Antes disso, segundo Funaro, Geddel e Cunha eram adversários no PMDB. “A princípio, Eduardo Cunha e Geddel não tinham relacionamento próximo, porque disputavam espaço dentro do próprio PMDB da Câmara”, diz a denúncia.

“Contudo, na medida em que Lúcio Funaro identificou uma gama de negócios escusos que poderiam ser feitos a partir da vice-presidência de Geddel , os três passaram a operar esse nicho de arrecadação de propina. Lúcio Funaro fazia a interlocução com os empresários e Eduardo Cunha fazia a ponte com Geddel Vieira Lima, que por sua vez repassava a Cunha informações sigilosas que propiciavam o acerto dos projetos submetidos à aprovação”, narra a peça.

No rastro de irregularidades que teriam sido praticadas por Geddel na Caixa, estão negociatas com a Marfrig, J&F, Seara, a SPMAR (concessionária do rodoanel de São Paulo do Grupo Bertin), Eldorado, Alpargatas, Flora, Vigor e a imobiliária Oeste Sul Móveis, de Henrique Constantino – que, após pagamento de propina, teria firmado amizade com o político e emprestado até uma aeronave que transportava Afrísio Vieira Lima, pai de Geddel, para hospitais pelo país.

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