Cerveró cita Geddel e Renan em depoimento no processo contra Lula
Delator da Operação Lava Jato, o ex-executivo da Petrobras foi a oitava testemunha de acusação ouvida no processo contra o ex-presidente
O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró citou nesta quinta-feira (24) ao juiz federal Sérgio Moro, os nomes do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Viera Lima, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, no episódio em que o PMDB do Senado teria passado a dar sustentação política a ele no cargo, em troca de propinas para as campanhas do partido.
Delator da Operação Lava Jato, o ex-executivo da estatal foi a oitava testemunha de acusação ouvida no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba. O petista é acusado de corrupção e lavagem de R$ 3,7 milhões recebidos em forma de benesses pagas pela empreiteira OAS, no caso do apartamento tríplex, do Guarujá (SP).
Cerveró disse que ele foi indicado a diretor da Petrobras pelo ex-governador de Mato Grosso do Sul Zéca do PT, que tinha proximidade muito grande com o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS). Ex-líder do governo Dilma Rousseff, preso em novembro de 2015 tentando comprar o silêncio de Cerveró, Delcídio virou delator da Lava Jato.
“Delcídio tinha trânsito muito grande, ele tinha sido do PSDB. Inclusive, quem indicou ele para a Petrobras, em 1999, foi o PMDB, foi o pessoal do Geddel, o Jader Barbalho. E esse pessoal orientou o ministro Sillas (Rondeau, Minas e Energia), que fazia parte do grupo, que me procurasse”, contou Cerveró, ao relatar como entrou na Petrobras. Jader seria o principal nome do grupo
“O Sillas me procurou e disse, olha: temos o maior apreço pelo Delcídio, me lembro da conversa, foi lá em Brasília, ele me convocou, ele era ministro. Eu conhecia o Silas, justamente pelo envolvimento com a questão termoelétrica, da Eletrobrás, o Sillas foi diretor da Eletrobrás. Mas nós já conversamos com Delcídio, ele não tem nada a opor a esse copatrocínio, só que agora você tem compromisso com o PMDB”, afirmou Cerveró, ao responder perguntas do Ministério Público Federal.
Cerveró relaciona esse apoio do PMDB ao pós-mensalão, quando seu padrinho direto, Delcídio Amaral, teria perdido forças no governo. Os acertos de propina teriam sido feitos com o ex-ministro de Minas e Energia Sillas Rondeau.
“Com a ocorrência do mensalão, o PMDB, na figura do ministro Sillas Rondeau, que era ministro do PMDB, que entrou em substituição à ministra Dilma, que foi para a Casa Civil, ele me chamou e disse que o PMDB do Senado, porque havia essa divisão, passaria a também me apoiar, então eu acertei com ele. Foi quando eu conheci o Renan Calheiros.”
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