Publicado em 17/07/2017 às 08h25.

Congresso em recesso, trégua para Temer. Pelo menos, é o que parece

Tudo indica que Imbassahy vai deixar, pelo menos provisoriamente, o ministério para reassumir o mandato na votação da aceitação ou não da denúncia no plenário da Câmara, dia 2 de agosto

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Se todo o ano fosse de férias alegres, divertirmo-nos tornar-se-ia mais aborrecido do que trabalhar.”
William Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês tido como o maior da língua inglesa (1564-1616)

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Michel Temer ganhou o primeiro round na briga para derrubar na Câmara a denúncia que o acusa de corrupção, mas a luta não acabou.

Queria votar logo no plenário da Câmara com medo de que “um fato novo” viesse jogar gasolina na fogueira, mas não deu.

O recesso parlamentar começa terça, mas quando foram fazer contas, já na semana passada, 50 deputados tinham se mandado para o interior, rever as bases, e outros 20 tinham embarcado para o exterior.

Vai ter que esperar até agosto. E teremos fato novo? Esse é o tititi de hoje em Brasília, no quase recesso. O consenso: não, até o final do mês, pelo menos. Já que o MPF gosta de plateia. A não ser que resolvam tirar o sossego do descanso.

Ainda adubando o tititi, tem também os petistas dizendo que a delação de Eduardo Cunha vem arrasadora, os governistas falando que a PF não vai nem aceitar, Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, incomodando o Planalto por sua “isenção” e também incomodado por sentir-se monitorado.

De quebra, o baixo clero de Temer engalfinhado em disputa por cargos.

Agosto vai ser fechado, lá e cá.

Balaio baiano

Temer está determinado a fazer o expurgo da máquina pública dos infiéis da sua causa, a salvação da pele, mas na Bahia vai ter que segurar as pontas.

Cinco dos sete tucanos, entre eles o baiano Jutahy Júnior, votaram contra Temer na CCJ. E nos três da bancada federal, João Gualberto sempre defendeu a saída do governo por achar o cenário “uma indignidade”.

Jutahy, que estava no muro, também pulou do barco e só ficou Antonio Imbassahy, que está ministro (Secretaria de Governo).

Os tucanos baianos indicaram, principalmente, os superintendentes da Caixa Econômica em Salvador e Feira de Santana.

Mas no entorno dos aliados de ACM Neto a palavra de ordem é cautela. Já sofreram um baque com as desditas de Geddel e cá, no olhar deles, o inimigo é Rui Costa.

Em suma, deve ficar tudo como está.

Imbassahy x Medrado

E por falar em Imbassahy, está tudo indicando que ele vai deixar, pelo menos provisoriamente, o ministério para reassumir o mandato na votação da aceitação ou não da denúncia contra Temer no plenário da Câmara, dia 2 de agosto.

A questão: o suplente dele é Marcos Medrado (PR), aliado de Rui Costa.

Quando Medrado assumiu o mandato, depois de esperar longo tempo, já tinham dito que em votações importantes ele cairia.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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