Publicado em 17/05/2017 às 19h42.

Dono da JBS grava Temer dando aval para compra de silêncio de Cunha

Segundo notícia publicada pelo jornal O Globo, a gravação tem "poder de destruição igual ou maior que a da Odebrecht"

Redação
Foto: Fabio Rodrigues PozzebomAgência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues PozzebomAgência Brasil

 

Joesley Batista e o seu irmão Wesley, donos da JBS, a maior produtora de proteína animal do planeta, gravaram o presidente Michel Temer (PMDB) dando aval para compra de silêncio de Eduardo Cunha (PMDB).

Segundo notícia publicada pelo jornal O Globo na noite desta quarta-feira (17), a gravação, que já foi apresentada ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, é um dos conteúdos da delação premiada da dupla e que tem “poder de destruição igual ou maior que a da Odebrecht”.

No depoimento, os irmãos contam que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Temer também ouviu do empresário que daria a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.

Ação controlada – Pela primeira vez na Lava Jato foram feitas “ações controladas”, ou seja, um meio de obtenção de prova em flagrante, mas em que a ação da polícia é adiada para o momento mais oportuno para a investigação. Significa que os diálogos e as entregas de malas (ou mochilas) com dinheiro foram filmadas pela própria Polícia Federal.

As cédulas tinham seus números de série informados aos procuradores. Como se fosse pouco, as malas ou mochilas estavam com chips para que se pudesse rastrear o caminho dos reais. Nas ações controladas foram distribuídos cerca de R$ 3 milhões em propinas carimbadas durante todo o mês de abril.

Pelo que foi homologado por Fachin, os sete delatores não serão presos nem usarão tornozeleiras eletrônicas. Será paga uma multa de R$ 225 milhões para livrá-los das operações Greenfield e Lava Jato que investigam a JBS há dois anos. A conta pode aumentar quando (e se) a leniência for assinada.

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