Publicado em 02/11/2018 às 14h40.

Entidades de delegados criticam declaração de ministro sobre caso Marielle

Ministro informou que PF vai investigar suspeitas de que autoridades de segurança não querem elucidar o caso

Redação
Foto: Reprodução
Foto: Renan Olaz / Câmara do Rio

 

O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindipol) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adepol) do Rio de Janeiro divulgaram nesta sexta-feira (2) uma nota de repúdio na qual criticam o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, segundo o jornal Extra.

As entidades protestaram contra as declarações do ministro de que há suspeitas de envolvimento de autoridades de segurança do Rio em um esquema para dificultar a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º) em Brasília, Jungmann informou que a Polícia Federal vai instaurar inquérito para apurar o caso.

“Serão duas duas investigações em paralelo. Criamos um eixo que vai investigar exatamente aqueles estejam dentro da máquina pública, portanto agentes públicos, sejam aqueles que estão ligados ao crime organizado ou a interesses políticos que tentam para impedir que seja elucidado esse crime”, declarou o ministro.

Também na quinta, em entrevista ao Globo, autorizada pela direção do presídio federal onde está preso, no Rio Grande do Norte, o miliciano Orlando Curicica, suspeito de envolvimento nos homicídios, disse que a Polícia Civil do Rio não tem interesse em elucidar o caso.

Na nota de repúdio, as entidades acusam o titular da pasta de Segurança Pública de querer “capitalizar dividendos políticos”.

“Desta vez, com base em uma denúncia formulada por um miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que pudesse ratificar suas declarações e que ataca a própria Delegacia de Homicídios responsável por sua prisão, o ministro Raul Jungmann, dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade, se apressa em expor e por em cheque a credibilidade das investigações, de uma instituição bicentenária como a PCERJ, da Divisão do Homicídios e de grandes profissionais que têm suas biografias dedicadas à sociedade e a proteção de direitos”, diz trecho da nota.

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