Publicado em 20/06/2017 às 09h27.

‘Não tem constrangimento’, diz Rui sobre ação de irmão de secretário

Osmar Rodrigues Torres Júnior, dono da rede de postos Menor Preço, é um dos sete proprietários de terrenos na Avenida Paralela que cobram indenização do Estado

Evilasio Junior
Foto: Rodrigo Aguiar/ bahia.ba
Foto: Rodrigo Aguiar/ bahia.ba

 

Sem entrar em detalhes, o governador Rui Costa (PT) admitiu que soube pelo bahia.ba que um dos sete proprietários de terrenos da Avenida Paralela que cobram indenização do Estado é irmão do secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD).

Apesar de chamar a ação judicial de “aberração” e a motivação dos donos de imóveis de “achaque”, o petista negou que o parentesco do titular da Sedur com Osmar Rodrigues Torres Júnior, dono da rede de postos de combustíveis Menor Preço, cause desconforto ao governo.

“Primeiro, eu soube pela imprensa. Para mim não tem nenhum constrangimento. O que eu acho, eu vou repetir, é que não é legítimo. Não tem cabimento esse tipo de situação. Não tem previsão legal, nem na lei federal nem na lei estadual. […] O dinheiro não é meu, o dinheiro é do povo e eu não vou permitir que os cofres públicos sejam utilizados dessa forma. […] O povo da Bahia não tem interesse de comprar aquele terreno por R$ 30 milhões. […] Eu não vou compactuar com esses desejos de enriquecimento rápido e fácil de ninguém. […] Enquanto isso, a obra vai ficar paralisada”, reconheceu, em conversa com a reportagem, ao reafirmar que “o terreno não tem valor nenhum comercial” e que não vai permitir que seja feita a desapropriação.

Rui admitiu ainda que a ação judicial pode atrasar a continuidade das obras do metrô. “Pode, e aí as pessoas assumem as suas responsabilidades. Se for necessário, a gente transforma isso em um caso nacional para virar uma referência para o Brasil. E aí vamos fazer um debate no Brasil se a gente pode construir ou não viaduto dentro da cidade, e se vai ter uma jurisprudência dentro da Justiça brasileira de qual é a distância que o poder público vai ter que desapropriar os terrenos”, afirmou.

Os autores da ação conseguiram embargar a construção de um viaduto entre a Avenida Carybé e a Alameda Dilson Jatahy Fonseca após decisão liminar da desembargadora Joanice Maria Guimarães de Jesus, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

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