Publicado em 13/09/2017 às 15h23.

Nilo chama de ‘absurdo’ mandado de busca e apreensão contra ele

Parlamentar é suspeito de controlar a Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp), conhecida no meio político como "DataNilo", para caixa 2, aponta MPE

Fernanda Lima
Foto: Izis Moacyr/Bahia.ba
Foto: Izis Moacyr/Bahia.ba

 

O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia Marcelo Nilo (PSL) chamou de “absurdo” e “constrangimento” a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (13), em sua residência, no bairro do Horto Florestal, em Salvador, e também em seu gabinete na AL-BA, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

O parlamentar é suspeito de controlar a empresa Bahia Pesquisa e Estatística (Babesp) – conhecida no meio político como “DataNilo” – adulterar dados informados à Justiça Eleitoral e “utilizar a referida pessoa jurídica para contabilização fraudulenta de recursos utilizados de maneira ilegal em campanhas políticas”.

“Me lembro daquela frase do ex-governador da Bahia Otávio Mangabeira: ‘pense no absurdo, na Bahia haverá precedentes’. Fui surpreendido com a presença da PF e do Ministério Público Eleitoral (MPE) numa busca e apreensão na minha residência”, discursou, em menção à Operação Opinião.

Apesar de elogiar a Babesp durante parte do discurso na AL-BA, na tarde desta quarta, Nilo negou novamente que seja proprietário do instituto. “Fui cliente da Babesp, como outros deputados. O instituto começou a acertar e a demanda aumentou. Vossas excelências pagavam ao diretor Roberto Matos, não ao deputado Marcelo Nilo. Eu contratei e da minha conta foi transferido o dinheiro para a Babesp”, disse.

O alegado dono da Babesp, Roberto Matos, é irmão de Lídio Matos, assessor de Nilo, e pai de um dos beneficiários de bolsas de estudo concedidas pela AL-BA, classificadas como “inconstitucionais” pelo Ministério Público.

Nilo ainda classificou a operação como uma “violência contra um parlamentar que tem 28 anos de vida pública”. “Eu perdi meu pai, perdi minha mãe, meu irmão, mas hoje é o dia mais difícil da minha vida. Um homem que nasceu na roça, no sertão, que morou em pensionato, estudou em colégio público, passa pelo constrangimento de ver sua residência ser ocupada para uma operação”, acrescentou.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), com base em representação formulada pela Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE-BA). Além de Nilo, foram alvos da ação os endereços de seu genro Marcelo Dantas Veiga, de Roberto Pereira Matos, e a sede da empresa Leiaute Comunicação.

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