Publicado em 26/03/2017 às 08h00.

Odebrecht cometia fraude no exterior para pagar propina, diz delator

A estratégia foi montada para evitar a operacionalização e o rastreamento dos recursos desviados de contratos celebrados com órgãos públicos brasileiros

Redação
Foto: Divulgação
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Os depoimentos de executivos da Odebrecht revelam que a empreiteira montou um esquema de fraudes em contratos no exterior chamado setor de “geração” para abastecer as “operações estruturadas”, área de pagamentos ilícitos dentro e fora do Brasil, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo.

Três executivos da empresa, entre eles o o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht, deram detalhes do esquema em depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o jornal, mais de 90% dos recursos destinados ao departamento de propina – que movimentou cerca de US$ 3,39 bilhões entre 2006 e 2014 – foram produzidos por meio de um modelo financeiro vinculado a obras executadas em países estrangeiros. A estratégia foi montada para evitar a operacionalização e o rastreamento dos recursos desviados de contratos celebrados com órgãos públicos brasileiros.

A Odebrecht relatou que o departamento de geração realizava contratos fictícios com prestadoras de serviços do exterior em que reduzia a margem de lucros e impostos a serem pagos. Assim, criava um excedente de verbas que abastecia a área da propina no Brasil.

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