Publicado em 03/04/2017 às 16h55.

Secretário acha ‘normal’ fuga na Mata Escura: ‘Não é um convento’

Nestor Duarte admitiu que houve “falha” na evasão de 25 presos de alta periculosidade e ressaltou que abrirá sindicância interna e inquérito policial

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Carol Garcia/GOVBA
Foto: Carol Garcia/GOVBA

 

O secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), Nestor Duarte, admitiu, na tarde desta segunda-feira (3), que “alguma falha deve ter havido” na fuga de 25 presos de alta periculosidade da Unidade Especial Disciplinar (UED), mas minimizou a evasão.

Em entrevista ao bahia.ba, o titular da pasta afirmou ser “normal” fugas em penitenciárias, pois, não se trata de “um convento de freiras”. “Estamos lutando para que não tenha fuga. É o nosso trabalho. A nossa equipe está nas unidades prisionais cuidando de custodiar presos. Então, não é anormalidade uma fuga. É uma coisa normal. Mas, infelizmente, acontece, como rebelião é uma coisa normal. A gente tem que enfrentar. A gente não está tomando conta de um convento de freiras, mas de uma unidade prisional onde pessoas privadas de liberdade estão respondendo processo ou cumprindo penas”, ressaltou.

O secretário afirmou que ainda “não há mais detalhes” sobre o fato, mas afirmou que ocorreu no momento em que outros detentos recebiam visitas. Os fugitivos estavam em um pátio e teriam cortado o alambrado. Nestor Duarte disse estar “muito chateado” com o caso e prometeu abrir uma sindicância interna para identificar os responsáveis pela evasão.

“Nós estamos com o pessoal fazendo todo um levantamento para abrir inquérito [policial também]. As polícias Militar, Civil e a Técnica foram imediatamente avisadas. Já estão com helicóptero tentando pegar de volta esses criminosos e as medidas para evitar são o dia a dia de uma unidade que a gente está sempre fazendo vistoria, tentando impedir que entrem produtos proibidos, mas a gente sabe que uma hora acontece problema. A Bahia passou toda essa crise carcerária, porque fez o dever de casa, com situação de tranquilidade e de segurança. Mas, infelizmente, aconteceu essa fuga agora”, frisou.

Na crise carcerária que ocorreu em alguns estados do Brasil, a Bahia registrou minirrebeliões em municípios do interior baiano e na própria capital. A fuga de 17 presos da Cadeia Pública de Salvador, no Complexo Penitenciário Lemos de Brito, culminou nas exonerações do diretor e do ajunto, determinadas pelo governador Rui Costa (PT).

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