Publicado em 16/06/2017 às 18h40.

‘Temer é escolha entre ruim e péssimo’, diz Dória

Cotado para ser candidato a presidente pelo PSDB, prefeito de São Paulo adota discurso de ACM Neto (DEM) e diz que assunto será tratado em “janeiro do ano que vem”

Redação
Foto: Suamy Beydoun/ Estadão Conteúdo
Foto: Suamy Beydoun/ Estadão Conteúdo

 

Integrante do PSDB, partido aliado do presidente Michel Temer (PMDB), o prefeito de São Paulo, João Dória, disse que o apoio do seu partido ao peemedebista, acusado de corrupção e obstrução de Justiça e prestes a ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República, representa o fisiologismo da “velha política”. “[…] Há certos momentos na vida em que você tem que fazer a avaliação sobre o ruim e o péssimo”, afirmou o tucano, em entrevista à BBC Brasil, ao ponderar que a decisão foi para evitar “colocar o Brasil em uma crise profunda no plano econômico”.

Cotado como candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2018, o chefe do executivo paulistano repetiu a tese que o levou à vitória em 2016, de que o país precisa de um “gestor”. No entanto, adotou o mesmo discurso do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sobre a possibilidade de disputar o governo baiano.
“Eu estou correndo, estou agindo para ser um bom prefeito da cidade de São Paulo. Eu fui eleito para ser prefeito por quatro anos. Não é hora de se discutir uma eleição presidencial. É hora de ajudar a resolver a crise brasileira. E cada administrador cumprindo o seu papel. Eu como prefeito, outros como governadores e assim por diante. Nós temos que pensar em eleição em janeiro do ano que vem. Aí, quem sabe…”, considerou.

Sobre a dianteira do ex-presidente Lula, conforme as últimas pesquisas, Doria classificou os eleitores do PT como “mal informados” e defensores “das mazelas e do mal feito”.

“O PT é inimigo do Brasil porque produziu a maior recessão econômica da história brasileira. O maior assalto aos cofres públicos que se teve notícia no mundo.[…] Inclusive o ex-presidente Lula, que tem cinco indiciamentos, responde a cinco processos neste momento. Então, ele também é um inimigo do Brasil, embora tenha eleitores e uma base do eleitorado. Ou porque reconhece nele, mesmo diante das falcatruas, dos erros, das mazelas e das mentiras, um líder, o que é muito triste. […] E há também um número expressivo de brasileiros que não têm acesso à informação, não têm acesso aos jornais, não assistem aos telejornais e não são influenciáveis por notícias a respeito do que fez o PT, do que fez o ex-presidente Lula. E são pessoas dependentes de programas sociais que foram iniciados na gestão Lula e continuam neste governo”, alfinetou.

Ele ainda minimizou o crescimento do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), o qual chamou de “candidato assumido há mais de um ano”. “Ele tem um discurso mais à direita, que contagia um universo de eleitores, faz parte do processo democrático. É um candidato assumido, faz campanha há um ano pelo Brasil e isso vai sensibilizando uma parcela dos leitores. Mas não creio que seja uma sensibilização definitiva”, palpitou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.