Publicado em 10/02/2017 às 10h03.

Time de Rui faz ensaios para 2018 na festa de João Leão

Se tudo correr conforme a lógica, já é certo que Rui Costa vai disputar a reeleição e, embora seja um governador bem avaliado, tem no encalço um adversário perigoso para o seu projeto

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A glória é um veneno que se deve tomar em pequenas doses”

Honoré Balzac, escritor francês (1799-1850)

Foto: Pedro Moraes/GOVBA
Foto: Pedro Moraes/GOVBA

 

Vá lá que 2018 ainda está muito longe, ainda mais para a política, na qual uma noite é uma eternidade, como dizem alguns. Mas se tudo correr conforme a lógica, já é certo que Rui Costa vai disputar a reeleição e, embora seja um governador bem avaliado, tem no encalço um adversário perigoso para o seu projeto, o prefeito de Salvador, ACM Neto, que também é bem avaliado.

É por aí que o barco navega. A entrega da Comenda 2 de Julho a João Leão na última quinta-feira (9) na Assembleia, mais que uma solenidade, virou uma alegre confraria de governistas, todos jurando que em 2018 marcharão unidos com Rui Costa.

Lá estavam, além do homenageado, óbvio, Rui Costa, o senador Otto Alencar, o ex-governador Jaques Wagner e a bancada governista em peso, menos Marcelo Nilo.

Todos falaram descontraidamente, contando episódios envolvendo as andanças políticas do grupo, lembrando que em 2014 começaram bem atrás e chegaram à frente. Um clima fraternal.

Apesar de a circunstância nacional estar ruim para o PT, partido de Rui, eles lembram que na Bahia, Lula ainda ostenta altos índices de popularidade. E ademais, Otto no PSD e Leão no PP, no plano federal são de partidos aliados a Temer, mas na Bahia vão seguir o curso que os elegeram em 2014.

Nesse jogo, a questão federal influencia decisivamente a estadual. Se em 2014 Rui contou com Jaques Wagner, um governador bem avaliado, e Dilma Rousseff, favorita que acabou vencendo, no meio do caminho perdeu com o impeachment presidencial.

Já Neto está na moita. Tem hoje o que nunca teve. Antonio Imbassahy, um ministro aliado e amigo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também amigo.

Ou seja, a dupla DEM-PSDB, está colada com Temer, um governo impopular, sem pagar o ônus da impopularidade.

As delações da Odebrecht fazem parte das águas a rolar.

No fim da fila

A senadora Lídice da Mata diz que quando há mudanças, “a Bahia é sempre a última a mudar”.

Assim foi com a vitória de Waldir Pires após o fim da ditadura e também com a retomada do governo das mãos de ACM após a chegada de Lula ao poder.

Ou seja, em 2018 a história vai se repetir?

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.