Publicado em 28/09/2017 às 16h20.

Custos de produção crescem no Brasil, aponta IBGE

Elevação do IPP, no entanto, não significa que o preço dos produtos subirá, explicou o economista Joilson Rodrigues ao bahia.ba

Fernanda Lima
Foto: Manu Dias/SECOM
Foto: Manu Dias/SECOM

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou o aumento do preço de produção, medido pelo Índice de Preço ao Produtor (IPP), em 11 das 24 atividades observadas, no mês de agosto deste ano. O indicador avalia a alternância dos valores dos produtos sem a taxação de impostos e fretes, na indústria de transformação e extrativa.

A elevação do custo ao nível da fabricação, no entanto, não necessariamente acarreta em aumento no preço, segundo explicou Joilson Rodrigues, ex-supervisor de disseminação de informações do IBGE na Bahia e atual assessor da Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento da Universidade Federal da Bahia, ao bahia.ba.

O repasse das despesas do produtor ao consumidor, conforme o economista, depende do intercâmbio entre as condições de mercado. “O que determina se efetivamente aquele preço de produção será ajustado para o consumidor depende de outras questões, como a Lei da Oferta e da Procura. Se você tem uma redução no consumo, por exemplo, você desencoraja o vendedor final de aumentá-lo, porque ele antevê que o consumo será diminuído e ele ganhará menos”, falou à reportagem.

Rodrigues diz que, pela imprevisibilidade da repercussão do IPP no preço de consumo, o estudo serve “mais para gerar uma visão sobre quais são os insumos e os impactos que determinadas políticas e condições influenciam o dispêndio da produção, ou seja, qual é o incremento de preços entre a produção e a compra”.

As maiores elevações de preços ocorreram, segundo o IBGE, nas áreas de refino de petróleo e produtos de álcool (6,48%), indústrias extrativas (6,21%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (3,06%) e outros produtos químicos (-2,06%).

O setor alimentício também foi destacado pela pesquisa: comparado a agosto de 2016, em 2017 houve oscilação de 1,66% – diferentemente do 1,09% observado em julho deste ano.

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