Rui recusa liderança em eleição e confirma mudanças no governo
Governador ainda comentou a saída do senador Walter Pinheiro do PT e disse esperar continuar a trabalhar junto com o parlamentar
Pouco depois de ter se esquivado de responder perguntas sobre política em entrevista coletiva, durante a inauguração do Centro de Diagnóstico por Imagem do Centro Estadual de Oncologia (Cican), na manhã desta segunda-feira (4), o governador Rui Costa (PT) resolveu falar com os jornalistas sobre os cenários local e nacional. Inicialmente, o petista pediu que a imprensa procurasse o secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas, para tratar dos assuntos técnicos ligados ao hospital e rejeitou falar de outro tema senão o foco do evento. “Logo aqui, hoje, eu estou falando de saúde. Estou recordando com emoção da minha mãe e do meu pai… deixa para outro momento para a gente comentar sobre isso…”, disse Rui. No entanto, com a insistência dos repórteres presentes à cerimônia, ele cedeu.
Ao explanar sobre a indefinição das candidaturas da base governista à prefeitura de Salvador, o chefe do Executivo baiano recusou a liderança no processo de escolha. “Cabe a cada partido tomar a decisão. Não cabe ao governador ficar induzindo, até porque não cabe ao governador administrar desejos e pretensões partidárias. Se mais na frente tiver qualquer divergência que eu possa harmonizar, eu irei ajudar”, ponderou o petista, que já se reuniu várias vezes com os partidos aliados para discutir a campanha e até comandou o ingresso do deputado Sargento Isidório no PDT.
Uma das opções iniciais do partido caiu no sábado (2), já que o senador Walter Pinheiro não ingressou em outra legenda, após ter deixado o PT na última terça-feira (29). Rui comentou a saída do parlamentar e disse esperar manter a parceria. “Respeito a decisão do senador Walter Pinheiro. Ele é meu amigo pessoal e continua meu amigo. Eu recebi ele em casa e ele me avisou que ia sair do partido. Espero que ele se reencontre com um grupo novo para fazer a atuação partidária e que a gente possa continuar construindo juntos o Estado e o país na direção da humanidade, de direitos sociais, de melhorar a vida das pessoas. Esse compromisso eu sei que ele não mudou. Pode ter mudado a sua relação com muitos militantes do PT e isso tornou a sua saída inevitável”, disse o governador.
Em relação a mudanças no secretariado, em função das eleições, Rui Costa admitiu que haverá trocas, mas não falou em nome. Segundo ele, não serão criados espaços para reincorporar o PDT, que rompeu com o prefeito ACM Neto (DEM) e voltou à base aliada. “O PDT está confirmado o retorno à base e isso não tem a ver com mudanças no secretariado. Devem ocorrer algumas mudanças em breve, mas no sentido de reoxigenar, de criar um ambiente de renovação, porque isso sempre ajuda a acelerar os trabalhos”, disse.
Apesar da indefinição quanto à permanência, dois pedetistas foram mantidos em seus postos: o secretário de Agricultura Vítor Bonfim e o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Alexandre Brust. “Nós acreditávamos tanto que o PDT ia ficar conosco que a gente manteve muitas coisas. Mas repito, as mudanças não são para incorporação do PDT que já esta no governo”, finalizou Rui Costa. Sobre a possível saída do titular de Desenvolvimento Urbano, Carlos Martins (PT), para disputar o comando de Candeias, nada foi declarado.
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