Polícia prende segurança suspeito de envolvimento em mortes após furto no Atakarejo
Entre os capturados estão três homens apontados como traficantes do Nordeste de Amaralina
A Polícia Civil prendeu na manhã desta segunda-feira (10) um segurança do supermercado Atacadão Atakarejo e três homens apontados como traficantes do Nordeste de Amaralina, todos suspeitos de envolvimento nas mortes de Ian Barros Silva, 19, e o tio dele, Bruno Barros da Silva, 29, no dia 26 de abril, horas após um suposto furto de carne em uma unidade da rede, no bairro de Amaralina, em Salvador.
Os corpos dos dois, que tinham marcas de tiros e sinais de tortura, foram encontrados no porta-malas de um carro na localidade da Polêmica, no bairro da Brotas.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os quatro suspeitos de participação no duplo homicídio foram capturados durante a Operação Retomada, que cumpriu ordens de prisão e mandados de busca e apreensão em residências e também no estabelecimento comercial.
Três dos envolvidos, de acordo com a SSP, seriam traficantes da localidade conhecida como Boqueirão, no Nordeste de Amaralina, para os quais, segundo a família das vítimas, tio e sobrinho foram entregues pelo segurança do supermercado.
As ações ocorrem simultaneamente nos bairros de Nordeste de Amaralina, Mata Escura, Fazenda Coutos e no município de Conceição de Jacuípe.
Participam da operação equipes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa), do Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado ), DIP (Departamento de Inteligência Policial), DCCP (Departamento de Crimes Contra o Patrimônio), Depom (Departamento de Polícia Metropolitana, além da Coordenação de Operações da Polícia Civil, da COE (Coordenações de Operações Especiais), do Graer da Rondesp Atlântico, 40a CIPM, SI da SSP e DPT (Departamento de Polícia Técnica.
“Aqui no supermercado estamos colhendo provas através de computadores, documentos, entre outros eletrônicos”, explicou a delegada responsável pela investigação, Zaira Pimentel.
A delegada Andréa Ribeiro, diretora do DHPP, diz que a operação visa trazer aos autos elementos novos que possam ajudar na elucidação do crime.
Segundo versão de familiares, após serem flagrados por seguranças do estabelecimento, Bruno ligou para uma amiga pedindo R$ 700 para pagar os produtos que teria furtado com Ian. Em um áudio enviado à mulher, Bruno diz que “rodou” e admite que pegou a mercadoria. Fotos que circulam por aplicativos de mensagens e redes sociais mostram ele e Ian, rendidos, sentados no pátio do supermercado e ao lado de quatro pacotes de carne. As vítimas aparecem diante de um homem que seria um segurança do estabelecimento.
Para a família, depois da ligação de Bruno, tio e sobrinho acabaram sendo entregues a traficantes de uma comunidade no entorno do supermercado, que os teriam executado.
Procurada pelo bahia.ba, o Atakadão Atakarejo informou, por meio de sua assessoria, que não comenta decisões judiciais e vai continuar colaborando com as autoridades competentes para que o fato policial seja esclarecido o mais rapidamente possível.
“O Atakarejo reitera a solidariedade aos familiares das vítimas de um fato brutal e lamentável. A empresa não tolera qualquer tipo de violência”, diz a empresa.
Em nota divulgada anteriormente, o grupo disse reiterar seu comprometimento com a observância dos direitos humanos e com a defesa da vida humana digna e afirmou não compactuar com qualquer tipo de violência.
“O Atakarejo é uma empresa séria, sólida e cumpridora das normas legais, que possui rigorosa política de compliance e que não compactua com qualquer ação criminosa. Em relação aos fatos ocorridos na última segunda-feira (26), o grupo está colaborando integralmente com a investigação policial e já entregou todos os documentos e imagens do sistema de segurança aos órgãos competentes para o esclarecimento do caso”, informou.
A empresa também diz repudiar veementemente qualquer tipo de violência e se solidariza com a família das vítimas neste momento tão difícil.
“O grupo aguarda o encerramento das investigações, que correm em segredo de justiça, para a elucidação do caso e espera a punição de todos os culpados”, acrescentou.
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