Publicado em 18/02/2023 às 21h50.

Prefeitura poderia ter discutido Carnaval do Campo Grande durante a pandemia, diz Olívia

'Como que a gente pode democratizar a participação do povo no desenho do Carnaval? Eu penso que falta isso'

Gabriela Araújo / Mattheus Miranda
Foto: Jorge Oliveira/bahia.ba

 

Na avaliação da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), a prefeitura de Salvador “perdeu o timing” para discutir as estratégias de fomento ao tradicional circuito Osmar (Campo Grande). Ambulantes, artistas e outros trabalhadores se mostraram decepcionados com a quantidade de foliões que procuraram o circuito nos dois primeiros dias da folia.

Durante a concentração do Bloco Ilê, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, neste sábado (18), Olívia disse que a gestão municipal poderia ter “aproveitado os dois anos sem Carnaval, em decorrência da pandemia, para abrir o debate de uma maneira mais rigorosa, mais democrática, ouvindo todos os públicos”.

“Nós temos que rediscutir o Carnaval como um todo.[…] Nós precisamos ouvir as ideias, mas não há um canal de abertura para que a população possa dizer qual o Carnaval que ela quer. Aonde ela quer. Quais as atrações ela quer. Como que a gente pode democratizar a participação do povo no desenho do Carnaval? Eu penso que falta isso, falta esse espaço, esse ambiente de debate”, destacou Olívia.

Ainda durante a coletiva de imprensa, a deputada lamentou que “a mesma fórmula de todos os anos seja aplicada sem que haja uma discussão”.

“Eu penso que, principalmente, a prefeitura de Salvador perdeu o timing. Perdeu de aproveitar esses dois anos e abrir o debate sobre o Carnaval de uma maneira mais democrática. Se isso tivesse acontecido, talvez os ambulantes não tivessem sido tratados de uma maneira tão perversa como foi. Talvez tantos grupos afros não fossem ainda tão segregados, embora tenhamos o ouro negro, mas ainda há muitas experiências que não conseguiram acessar recursos pra garantir uma presença forte, bonita, vigorosa no Carnaval”, completou.

Olívia criticou também a possibilidade da mudança do circuito para a Boca do Rio. Segundo a parlamentar, quem tem que avaliar a mudança é a população “através das organizações que fazem o Carnaval”.

“É uma visão limitada, discutir o Carnaval só na perspectiva de qual circuito deve haver, e de cima pra baixo, de maneira verticalizada. Não é o Prefeito que define qual o melhor circuito. Quem tem de discutir é o conjunto da população, através das organizações que fazem o carnaval, que tem uma experiência, tem uma expertise sobre o Carnaval e todos os segmentos precisam ser ouvidos. Nenhum político pode tirar da cartola qual o novo modelo de carnaval. Quem tem que definir é o povo através das suas organizações populares”, concluiu Olívia.

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