Publicado em 20/02/2023 às 12h29.

Na Mudança do Garcia, Maria Marighella defende folia como espaço de luta e irreverência

A presidente da Funarte reivindica ‘projeto de cidade’ para Salvador e defende que o Carnaval seja ‘terra fértil’ para sementes de justiça e igualdade

Jamile Amine / Matheus Morais
Foto: Jorge Oliveira/bahia.ba

 

Vereadora licenciada de Salvador e atual presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Maria Marighella (PT) destacou a importância da folia como espaço de luta e irreverência, ao desfilar na Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (20), após dois anos de pandemia e o fim da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“Eu acho que é o melhor momento pra gente se indignar, porque a democracia é o espaço justamente onde as lutas e as agendas precisam povoar de imaginação. Nós vivemos um momento muito difícil da história do país, um momento de ataque aos direitos, ninguém saiu ileso da pandemia, então esse Carnaval tem muitos significados”, declarou a edil em conversa com o bahia.ba, no circuito Riachão, no bairro do Garcia.

Ao classificar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um reencontro com a democracia a partir de um “pacto” social, Marighella defendeu o uso da festa momesca como “plataforma popular de irreverência” para lançar debates de um “projeto de cidade” para a capital baiana.

“Salvador segue sendo uma cidade desigual, segregada, em que por onde nós olhamos a gente vê a força da cultura negra, do povo preto, das mulheres, etc., mas segue sendo um lugar inóspito, uma cidade que mata LGBTs, uma cidade que mata mulheres, uma cidade em que a pobreza, a insegurança alimentar, o desemprego, tomam conta. Então, a gente precisa sim chamar a festa, sim chamar a celebração, sim chamar a cultura, mas também sim chamar esse desejo de transformação”, afirmou a vereadora licenciada, que reivindica o espaço do Carnaval como “terra fértil em que as nossas sementes de justiça e igualdade possam brotar”.

Então acho que celebramos, por outro lado encontramos na democracia esse esse solo, essa terra fértil em que as nossas sementes de justiça e igualdade possam brotar.

 

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