Publicado em 15/03/2023 às 16h41.

Petrobras vai investigar venda da refinaria Rlam, revela FUP

Segundo Deyvid Bacelar, estatal vai averiguar relação do negócio com presente de joias da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro

Redação
Foto: reprodução/site do Sindipetro

 

A nova direção da Petrobras vai abrir uma investigação interna sobre a venda da Refinaria Landulpho Alves ao fundo Mubadala, em 2021.  Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a estatal quer apurar eventual relação entre este negócio e as joias de diamantes presenteadas ao então presidente da República, Jair Bolsonaro, em doação feita pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021 e que entrou no Brasil sem declaração à Receita Federal.

“A intenção do novo comando da Petrobrás de apurar o caso da venda da Rlam vai ao encontro de demanda da FUP, que, na semana passada, encaminhou denúncia ao Ministério Público Federal”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

A planta baiana opera atualmente sob o nome de Mataripe, gerida pela Acelen, subsidiária do fundo dos Emirados Árabes Unidos. Segundo a entidade sindical, fontes na diretoria revelaram que a gestão atual aguardará a troca do Conselho de Administração e a posse da Diretoria Executiva, no final de abril, para iniciar as apurações.

A FUP foi informada ainda que a companhia petrolífera vai contestar o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado entre o Cade e a estatal em 2019, durante o governo Bolsonaro. O TCC determinou a venda de oito refinarias , incluindo os ativos relacionados a transporte de combustível, como a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).

A denúncia do acordo com o Cade  também é defendida pelos petroleiros junto ao governo Lula.  Além da Rlam, dois ativos tiveram a venda concluída: Six (Unidade de Industrialização do Xisto) e a Refinaria do Amazonas (Reman). Para Bacelar, foram operações realizadas de forma açodada.

A Rlam foi adquirida pelo fundo Mubadala por US$ 1,8 bilhão – 50% do valor real conforme avaliações do Instituto de Estudos Estratégicos de Energia, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). O dirigente da FUP afirma que, além do baixo preço, há elementos que justifiquem a abertura de apuração interna da Petrobrás e do MPF: “A operação é suspeita, a começar pela proximidade das datas do recebimento do presente (26 de outubro de 2021) e a venda da refinaria subavaliada (negócio concluído em 30 de novembro de 2021)”.

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