Mesmo sob pressão, Banco Central deve manter Selic em 13,75%
Governo federal, empresários e centrais sindicais contestam nível atual dos juros básicos

Sob pressão de autoridades federais, empresários e, nesta terça-feira (21), alvo de manifestações de centrais sindicais, o Comitê de Política Monetária deve manter a taxa Selic em 13,75%. A reunião dos diretores do Banco Central começa nesta terça-feira (21) e terá seu desfecho, com a divulgação da nova taxa, no começo da noite da quarta (22). A Selic está em 13,75% desde agosto do ano passado.
Analistas do mercado financeiro, ouvidos pelo BC por meio do Boletim Focus, projetam os juros básicos de 12,75% no final deste ano. Mas na edição da segunda (20), os economistas indicaram na publicação acreditar que o ciclo de cortes não começará agora.
Durante evento do BNDES, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, chamou os juros brasileiros de pornográficos, rebatendo a tese de que a situação fiscal justificaria o aumento da taxa. Para o empresário, as reservas internacionais e o caixa do Tesouro Nacional garantem ao país condições para arcar com a dívida pública.
De sua parte, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem defendendo a autonomia da autoridade monetária na definição da política monetária e sustentou que esta atuação e uma política fiscal de longo prazo são importantes para ter um crescimento econômico sustentável.
Campos Neto não sinaliza uma mudança de ponto de vista por parte do BC. Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,75%) ou para baixo (1,75%). O BC estima que o IPCA terminará o ano em 5%, o que se configuraria no terceiro ano seguido de estouro da meta. Os juros mais altos é a ferramenta mais habitual para conter a pressão sobre os preços.
Em entrevista à TV 247 nesta terça, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou as críticas contra a atual Selic. “Só quem concorda com os juros altos é o sistema financeiro, que sobrevive disso e ganha muito dinheiro com as especulações”, disse. “Nós ainda temos 33 milhões de pessoas passando fome, nós temos desemprego crescendo, a massa salarial caindo… Então, não há nenhuma razão, nenhuma explicação, nenhuma lógica”.
Durante o dia, as centrais sindicais fazem protesto, em alguns casos na frente de sedes do BC. Uma delas ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo. “A intenção é mostrar que os juros altos engordam os tubarões rentistas, enquanto, para o povo, só sobra sardinha”, explicou, em nota, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Com informações da Agência Brasil e do site Metrópoles.
Mais notícias
-
Economia
12h41 de 14/05/2025
Agroindústria transforma produção e fortalece mulheres em comunidade rural da Bahia
Com apoio da CAR, Associação do Sítio Ceilão amplia escala, diversifica produtos e mira novos mercados com derivados da mandioca
-
Economia
12h13 de 14/05/2025
Veja como solicitar pedido de devolução de descontos indevidos em aposentadorias do INSS
Restituição será feita com correção pela inflação, medida pelo IPCA
-
Economia
10h56 de 14/05/2025
Setor de serviços desacelera e cresce apenas 0,3% em março, diz IBGE
O resultado veio abaixo do projetado por analistas, e o volume de serviços caiu 0,2% no comparativo com o trimestre anterior
-
Economia
10h46 de 14/05/2025
Indústria baiana avança 1,6% entre fevereiro e março e supera média nacional
Refino de petróleo impulsiona crescimento, enquanto produtos químicos puxam resultado para baixo
-
Economia
10h18 de 14/05/2025
Dólar opera em alta nesta quarta (14), com expectativas sobre novos acordos comerciais dos EUA
Política tarifária americana segue provocando incertezas no mercado internacional
-
Economia
09h09 de 14/05/2025
Lula celebra acordo entre China e EUA: ‘Sabedoria leva sempre à mesa de negociação’
As duas maiores potências econômicas concordaram em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas
-
Economia
08h08 de 14/05/2025
Sem ganhador, Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 60 milhões
Números sorteados foram 02 - 04 - 14 - 18 - 22 - 44
-
Economia
07h57 de 14/05/2025
Fraude do INSS tem 2,6 vezes mais repercussão que taxação do Pix, aponta Quaest
Análise foi feita entre os dias 21 de abril e 7 de maio de 2025, em mais de 30 mil grupos públicos de WhatsApp, Telegram e Discord
-
Economia
20h48 de 13/05/2025
Dólar recua para R$ 5,60 e Bolsa bate recorde histórico com alta de 1,76%
No mercado europeu, o euro também caiu
-
Economia
14h40 de 13/05/2025
Apesar de cortes no diesel, Petrobras sinaliza que não reduzirá preço da gasolina
Redução no valor da gasolina teria forte impacto sobre a inflação, já que o produto possui o maior peso dentro do IPCA