Relator confirma mudanças em três pontos da reforma tributária
Aguinaldo Ribeiro acatou parcialmente pedidos dos estados
Previsto para ser votado nesta semana na Câmara dos Deputados, o relatório da reforma tributária terá mudanças pedidas pelos governadores, confirmou na noite desta terça-feira (4) o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Segundo ele, o Conselho Federativo e o Fundo de Desenvolvimento Regional ficarão mais claros e haverá um novo cálculo de transição para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS).
“Sugestões para o Conselho Federativo, o Fundo de Desenvolvimento Regional. Tem uma demanda política de deixar isso mais claro. No Conselho Federativo, vamos ter que ter paridade, estamos desenhando a melhor forma de fazer isso. A ideia é que tenhamos isso claro na PEC [proposta de emenda à Constituição]. A transição [do IBS], estamos finalizando, estamos calculando e pactuando com todos os estados”, declarou Ribeiro ao sair da Câmara dos Deputados para ir a um encontro com governadores do Sul, do Sudeste e do Mato Grosso do Sul.
Apesar de diversos governadores terem apresentado resistências nos últimos dias, Ribeiro se disse confiante em resolver as divergências até esta quarta-feira (5). “Tenho convicção de que amanhã esses temas estarão endereçados. Esses pontos, já tínhamos um compromisso político de discutir. Vamos tentar fazer a convergência entre os estados no que for possível”, comentou o relator.
Em relação ao Conselho Federativo, que definirá as políticas fiscais e tributárias, Ribeiro afirmou que o órgão será mantido, mas a composição será mais detalhada para dar paridade aos estados em relação à União. Pela manhã, o coordenador do Grupo de Trabalho que discutiu a reforma na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), havia dito que o relator acataria algumas reivindicações dos governadores.
Cesta básica
Sobre o impacto da reforma tributária sobre a cesta básica, Ribeiro reiterou o compromisso de não onerar os produtos e disse que pretende inserir, no texto, uma definição de cesta básica nacional. “Vamos colocar [a definição]. Eu já disse que não vamos onerar [a cesta básica]. Hoje saíram dados do Banco Mundial dizendo que a cesta básica terá redução [de preços] de 1,7%. Nenhum parlamentar quer onerar a cesta”, declarou. O deputado não forneceu mais detalhes de como seria essa definição.
No último fim de semana, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um relatório segundo o qual o fim da isenção de tributos federais sobre a cesta básica encareceria os itens em em 59,83% em média. Na segunda-feira, durante a instalação da Câmara Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, prometeu a apresentação de cálculos que comprovem que a cesta básica não será onerada.
Na avaliação do relator, diversos empresários, principalmente de setores de cadeia produtiva curta, que serão afetados pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), têm feito lobby nos últimos dias contra a reforma tributária. “Não fui procurado por nenhum consumidor. Pelos setores, empresas, todo mundo que tem condição de ser fazer lobby na Casa [na Câmara dos Deputados], aí sim, somos procurados de manhã, de tarde e de noite”, declarou.
Guerra fiscal
Ribeiro também se manifestou contrário à manutenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que permitiria a manutenção da guerra fiscal entre os estados. Segundo ele, se a guerra fiscal fosse boa, com estados concedendo descontos no ICMS para atrair empregos, diversos estados não estariam em dificuldades financeiras nem teriam aderido a planos de recuperação fiscal.
O relator destacou que a reforma prevê um Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, que garantirá incentivos concedidos pelos governadores até 2032, e que haverá um Fundo de Desenvolvimento Regional, com aportes da União em R$ 8 bilhões em 2029 e que passarão para R$ 40 bilhões anuais a partir de 2033.
Mais notícias
-
Política
16h00 de 24 de novembro de 2024
‘Bolsonaro e Lula são sócios na mesma escuridão’, diz ex-ministro
O ex-ministro Mangabeira Unger diz que a alternativa na política brasileira é uma "terceira via" que deverá ser construída
-
Política
15h00 de 24 de novembro de 2024
Flávio diz que só Bolsonaro, mesmo inelegível, pode tirar Lula do poder
A declaração foi realizada através de um artigo publicado no X, neste domingo (24), com o título “Você não precisa gostar do Bolsonaro!”
-
Política
07h30 de 24 de novembro de 2024
Em discurso final, Marina Silva classifica COP29 como ‘difícil experiência’
Ministra diz que o esforço é que todos voltem à mesa de negociações
-
Política
21h00 de 23 de novembro de 2024
Zelensky critica Lula por posição ‘fraca’ do G20 sobre guerra na Ucrânia
O presidente ucraniano não foi convidado para o evento, e criticou o presidente brasileiro neste sábado (23)
-
Política
20h00 de 23 de novembro de 2024
Bolsonaro pode ter redução no prazo de prescrição dos crimes, caso condenado em 2025
Ex-presidente completará 70 anos em 21 de março do próximo ano e se beneficiará de uma regra que reduz pela metade o prazo de prescrição dos crimes pelos quais ele é acusado
-
Política
19h30 de 23 de novembro de 2024
Inquérito da PF revela que general mantinha manifesto golpista em HD externo
General indicado por Cid como o “mais radical” possuía HD com documento que era constantemente atualizado, defendendo um golpe militar no Brasil
-
Política
17h30 de 23 de novembro de 2024
Moraes autoriza Anderson Torres a cuidar da mãe com câncer à noite
Decisão é provisória e não dispensa de cumprir demais medidas
-
Política
16h30 de 23 de novembro de 2024
Braga Netto nega plano de golpe: ‘Nunca se tratou disso, muito menos de assassinato’
O general da reserva do Exército lançou comunicado oficial em suas redes sociais, neste sábado (23)
-
Política
14h30 de 23 de novembro de 2024
Bolsonaro diz que plano de golpe é ‘historinha inventada’ por Alexandre de Moraes
O ex-presidente afirmou durante conversa com apoiadores em Alagoas, neste sábado (23)
-
Política
14h00 de 23 de novembro de 2024
STF investe em câmeras robóticas com ‘detecção de face’, diz coluna
Há duas semanas, um homem morreu na Praça dos Três Poderes ao tentar entrar no Supremo com bombas amarradas ao próprio corpo