Natura cai 13% desde resultado com temor sobre Avon Products
Analistas veem que algumas incertezas sobre desembolso no processo de recuperação judicial da API nos EUA podem se estender
Desde os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), em 13 de agosto, a Natura&Co (NTCO3) caiu 13% e teve desempenho inferior ao Ibovespa (IBOV) em 15%. Isso se deve, aponta o JPMorgan (JPM), a 1) incertezas envolvendo o pedido de recuperação judicial da subsidiária Avon Products Inc (API) nos Estados Unidos (EUA) (Chapter 11), levantando preocupações sobre acordos financeiros de montantes mais altos, e 2) deterioração significativa nos resultados da Avon International.
De acordo com informações do portal Após a audiência da semana passada sobre o Chapter 11, o banco não vê razões materiais para o caso ser rejeitado, com o processo potencialmente sendo concluído no início esperado para 2025, se não em dezembro de 2024.
“Acreditamos que o desembolso de caixa da Natura não deva exceder US$ 85 milhões (DIP de US$ 43 milhões, acordo sobre talco de US$ 30 milhões e US$ 12 milhões para assunção do plano de pensão), enquanto o processo potencialmente desencadeia uma simplificação adicional da estrutura corporativa da NTCO3 em breve”, disse os analistas do JPMorgan.
A despeito do ruído sobre o Chapter 11, as operações contínuas na América Latina da Natura&Co estão superando as expectativas, gerando revisões de estimativas para cima. Apesar de uma postura conservadora sobre o crescimento de médio prazo, essas operações são resilientes com sólida geração de FCF (fluxo de caixa livre) e um balanço patrimonial desalavancado.
Neste cenário, o preço-alvo para dezembro de 2025 foi elevado de R$ 20 para R$ 23/ação (aumentando de R$ 20), oferecendo um potencial de alta de 61%, com o negócio da América Latina estimado em R$ 25 por ação. Negociando a um múltiplo de 12,4 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) ajustado para 2025 (incluindo operações da Avon Internacional), o banco mantém recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para NTCO3.
Na semana passada, a XP ressaltou que o Tribunal de Falências de Delaware realizou uma audiência sobre o processo de Chapter 11 da API, oferecendo às partes a oportunidade de apresentarem os seus pontos de vista ao juiz. Entre os principais presentes estavam os consultores financeiros da API, o Chief Restructing Officer/Tesoureiro da empresa e os consultores jurídicos da API e do Comitê de Crédito Não Garantido (UCC).
Depois de ouvirem toda a sessão, os analistas da casa destacaram que a aprovação continua sendo a mais provável, mas a incerteza se estendeu. No geral, os analistas da XP veem a aprovação do Chapter 11 da API como o resultado mais provável, com as conversas com consultores jurídicos indicando que o valor do acordo provavelmente não deve desviar muito do proposto de US$ 30 milhões, embora deva ser maior.
“No entanto, reconhecemos que a incerteza deve permanecer por mais tempo e que vários caminhos continuam em aberto, sendo uma fonte de volatilidade para o caso no curto prazo e atrapalhando os fundamentos da NTCO3”, afirmou a XP. A recomendação da XP para NTCO3 também é de compra, com preço-alvo de R$ 19, upside de 33% frente o fechamento de quarta-feira.
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