Publicado em 15/10/2024 às 13h19.

‘Batata quente’ dos gastos virou prioridade nos debates com Lula, diz Haddad

Ministro afirma que reestruturação de despesas agora 'vem na frente de qualquer coisa, até mesmo da reforma tributária sobre a renda

Redação
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que tem tido mais tempo de conversar com o presidente Lula (PT), já que o Congresso está funcionando em ritmo lento por causa das eleições municipais.

Um dos temas principais das conversas, diz ele, é a dinâmica dos gastos do governo e o impacto deles na dívida pública —que só cresce. Resolver esse problema, diz Haddad, é “premente” e está “na ordem do dia”. [Eu digo a Lula] ‘Ninguém está dizendo que é fácil. O senhor colocou o pobre no orçamento, ninguém está pedindo para tirar. Mas há questões estruturais que precisam ser resolvidas. Porque são distorções muitas vezes criadas com finalidades eleitorais, particularmente pelo governo anterior. Elas estão no nosso colo. Não tem pra quem dar a batata quente. Então temos que resolver”.

O ministro afirma que é necessário “endereçar essa questão” para “as pessoas enxergarem que a soma das partes vai caber no todo” e que o arcabouço fiscal definido pelo governo vai de fato funcionar. É tão urgente resolver o problema, diz ele, que a reestruturação das despesas deve ocorrer antes mesmo da reforma tributária sobre a renda, até então prevista para ser enviada ao Congresso até o fim do ano.

Ele diz que Lula já tomou diversas providências e que a questão, portanto, está equacionada no curto prazo. Mas é preciso mais, enfrentando gastos estruturais que comprometem as contas no futuro.

Haddad afirma que Lula “conhece o contexto e está atento”, e que é possível resolver essa questão prioritária sem transformar o Brasil na Argentina, em que a taxa de pobreza disparou para 52,9% depois do ajuste fiscal promovido pelo presidente Javier Milei.

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