Publicado em 18/10/2024 às 09h40.

Flávio diz que gasto de R$ 1 mi em combustíveis é legal e, sem provas, acusa Caetano de caixa 2

'Eu acredito que ele está pagando isso com dinheiro da caixa de sapato', afirmou o candidato do União Brasil

Alexandre Santos / Matheus Morais
Foto: Matheus Morais/Grupo Lomes

 

O candidato a prefeito de Camaçari Flávio Matos (União Brasil) voltou a afirmar que os gastos com combustíveis em carretas de sua campanha estão dentro da lei e acusou o Luiz Caetano (PT) de utilizar dinheiro da “caixa de sapato”, ao insinuar, sem provas, a prática de caixa dois pelo petista, contra quem disputa o segundo turno das eleições. Reportagem publicada na semana passada pelo portal UOL mostra que Flávio Matos desembolsou mais de R$ 1 milhão com gasolina, etanol e diesel durante a corrida eleitoral.

“A minha prestação de contas é feita de forma oficial. Meu adversário faz carretas todas as semanas, e a gente não vê essa prestação de contas do meu adversário. Eu acredito que ele está pagando isso com dinheiro da caixa de sapato. Ele sempre faz isso, com caixa 2, e a gente não faz isso. Nós tratamos o recurso público do Fundo Partidário com transparência, está disponível. Nós fazemos isso com respeito e, principalmente, com cuidado com o eleitor”, disse ele em entrevista à Rádio Mix Salvador na manhã desta sexta-feira (18).

Segundo o UOL, o valor destinado para o abastecimento de veículos da campanha do candidato seria suficiente para rodar 1,7 milhão de quilômetros, ou dar 42 voltas no planeta Terra. O advogado de Caetano, Ademar Lopes, disse ao UOL que entraria na Justiça apresentando os vídeos das filas para abastecer, já que considera haver compra de votos.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) impõe limites para carreatas. Candidatos podem fornecer até dez litros por veículo, desde que ele efetivamente participe do evento, e devem avisar à Justiça Eleitoral 24 horas antes, para que os gastos possam ser fiscalizados.

Conforme o UOL, um dos documentos anexados à prestação de contas de Matos indica que os limites não foram obedecidos, informando que foram gastos R$ 9.000 de combustível com 10 carros em um dos eventos. A campanha não respondeu ao portal sobre esse documento específico.

Na entrevista à Rádio Mix, o candidato do União Brasil não foi questionado sobre esse ponto em específico nem deu explicações. Ao reiterar que agiu com transparência, atacou Caetano por não justificar a origem de parte dos R$ 7.353.573,48 recebidos por sua campanha —R$ 2,4 milhões de fundo do PT. Flávio Matos amealhou R$ 6 milhões em recursos públicos do PL e do União Brasil, além de R$ 112 mil em doações.

“Todas as prestações de conta, temos carretas todas as semanas, são feitas dentro da margem da Justiça, das leis que são aplicadas, sempre tentando ser transparentes com o eleitor. Saíram umas matérias aí que meu adversário utilizou quase R$ 8 milhões. Eu quero saber como ele utiliza isso, uma arrecadação desse tamanho, se temos aí um limite de R$ 6 milhões. Como é que ele está arrecadando tanto dinheiro? Quem são esses interessados que estão dando tanto dinheiro ao meu adversário na busca de tomar o poder de Camaçari? Essas justificativas têm que ficar claras. As narrativas não podem confundir o eleitor”, disse Matos.

Segundo o UOL, as notas fiscais da campanha de Flávio Matos mostram que, de uma só vez, houve gastos de até R$ 31 mil em postos de combustíveis. Há 39 notas com gasto acima de R$ 10 mil para um determinado tipo de combustível.

A campanha não informou, ao UOL, quantos veículos teria abastecido com o R$ 1 milhão em combustível.

 

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