Publicado em 31/10/2024 às 14h09.

‘Difícil falar em perdão’, diz Anielle Franco sobre assassinos de Marielle

A ministra acompanha o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz que começou na quarta-feira (30)

Redação
Foto: Reprodução / Instagram

 

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em março de 2018, afirmou que é “difícil falar de perdão” para os autores confessos do crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, julgados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio. A audiência começou na quarta-feira (30) e prossegue nesta quinta-feira (31).

“Eu sou uma mulher, assim como Luyara [filha de Marielle] e a minha mãe, que fomos ensinadas a sermos cristãs. Acho que não sou eu que tenho de perdoá-lo. Ele tem de ser perdoado por qualquer religião que ele tenha, mas é difícil falar de perdão e de sentimento quando a gente não tem a Mari aqui”, disse a ministra, ao chegar no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), onde ocorre o julgamento.

Segundo matéria do InfoMoney, o júri popular de Lessa e Queiroz está no segundo dia. Durante a primeira sessão do julgamento, Ronnie Lessa pediu perdão às famílias de Marielle e de Anderson Gomes, motorista que acompanhava a então vereadora no momento da emboscada e que também foi executado pela dupla. “Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, afirmou Lessa.

“Infelizmente, não podemos voltar no tempo. Hoje, tento fazer o possível para tentar tirar essa angústia de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso para tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família”, completou Lessa.

Durante o depoimento, Lessa afirmou ainda que o primeiro alvo pretendido para a emboscada era Marcelo Freixo, ex-deputado federal e atual presidente da Embratur. O alvo, entretanto, foi preterido por ser “inviável”, na avaliação da dupla de executores. Ele detalhou também que, no intuito de despistar o viés politico do crime, houve a orientação expressa para que a execução ocorresse em local distante ao da Câmara Municipal do Rio.

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