Publicado em 04/11/2024 às 18h32.

Biólogo brasileiro Alysson Muotri irá ao espaço em missão da Nasa estudar o cérebro humano

Cientista viajará no fim de 2025 acompanhado de quatro astronautas em foguete da SpaceX rumo à Estação Espacial Internacional (ISS)

Redação
Foto: Reprodução/ assessoria

 

O Biólogo paulistano Alysson Muotri, que é professor e chefia um laboratório de pesquisa na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), vai participar de uma missão da Nasa ao espaço no fim de 2025.

Ele vai viajar acompanhado de quatro astronautas no Falcon 9, foguete da SpaceX, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), onde vai estudar o impacto da microgravidade no cérebro com a ajuda de “mini cérebros” produzidos em seu laboratório.

Os mini cérebros, que são organoides cerebrais que imitam o desenvolvimento e funções cerebrais, já foram enviados ao espaço uma vez, mas sem a presença de um cientista que pudesse realizar estudos durante sua permanência na estação. Desta vez, será possível conduzir experimentos in loco.

Desenvolvidos a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS), os mini cérebros podem ajudar os cientistas a entender como determinadas condições neurológicas ocorrem, assim como o envelhecimento cerebral e os efeitos de medicamentos sobre o cérebro.

Além disso, alguns dos mini cérebros que serão estudados por Alysson Muotri na ISS foram desenvolvidos a partir de células originadas de crianças autistas, o que permitirá a observação sobre os impactos do autismo na estrutura e desenvolvimento cerebral.

Alysson Muotri é formado em Ciências Biológicas pela Unicamp e tem doutorado pela USP. Em 2008, ele criou o Muotri Lab na UCSD, que se tornou um dos centros de referência mundial em estudos com o cérebro humano.

O laboratório recebe recursos do Estado da Califórnia e do National Institutes of Health (NIH) – equivalente ao CNPq no Brasil –, além de financiamento de empresas privadas e dinheiro de filantropia de fundações na área médica.

Uma das linhas de pesquisa do Muotri Lab, iniciada em 2017, busca desenvolver aplicações em inteligência artificial com base na chamada inteligência orgânica. A Microsoft, interessada em expandir suas ferramentas de inteligência artificial, financiou parcialmente o estudo.

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