Publicado em 26/11/2024 às 09h09. Atualizado em 26/11/2024 às 12h59.

Operação do MP e PF prende advogado envolvido com milícia supostamente liderada por deputado

Grupo crimininoso é investigado por lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada; parlamentar diz colaborar com investigações

Redação
Imagem: Ministério Público da Bahia

 

O Ministério Público da Bahia e a Polícia Federal prenderam na manhã desta terça-feira (26) três pessoas suspeitas de tentar obstruir investigações relacionadas a um grupo miliciano com atuação em Feira de Santana. Um deles é advogado de um dos presos na Operação El Patrón, que já havia desarticulado a organização criminosa, investigada por lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. A ação ocorreu em dezembro de 2023 e culminou na nova operação, denominada Patrocínio Indigno.

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha, foi apontado com líder do grupo. À época, Binho foi detido portando uma pistola, mas foi liberado pela Polícia Civil após três dias e responde em liberdade à investigação, que não chegou a virar processo judicial. Ele nega envolvimento com a organização.

Em nota, o deputado diz acreditar firmemente na Justiça e no trabalho das autoridades competentes. Também afirma que tem colaborado ativamente com as investigações a fim de que a verdade prevaleça.

Mayana Cerqueira da Silva, mulher do parlamentar, foi presa em abril, durante a Operação Hybris, desdobramento da El Patrón. Em junho, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou um pedido de prisão domiciliar feito por sua defesa.

Além do advogado, os outros dois alvos das novas diligências são um investigado, já preso em Serrinha, e uma mulher, esposa do detento, que cumprirá prisão em meio domiciliar por ser mãe de criança menor de 11 anos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

De acordo com investigações que se sucederam após a deflagração da El Patrón, foram colhidas provas de que um preso, seu advogado e a esposa teriam destruído provas digitais de crimes cometidos pela organização criminosa.

Se condenados, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 8 anos de reclusão.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos envolvidos, em um escritório de advocacia localizado em Feira de Santana e em uma cela do Conjunto Penal de Serrinha. As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal do município.

A ação do MP e da PF ocorre de forma integrada com a SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública), por meio da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria-Geral (Force), e com a Receita Federal.

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