Dólar fecha a R$ 6,065, novo valor recorde de encerramento
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais - maior valor nominal de fechamento da história

O dólar comercial fechou com alta de 1,13%, a R$ 6,065 na venda, novo valor nominal recorde para fechamento nesta segunda-feira (2). A moeda teve picos de valorização durante o dia, ampliando os ganhos da sessão anterior, à medida que investidores ainda reagiam às ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, contra os Brics e ainda sensível ao pacote de medidas fiscais anunciados na semana passada no Brasil. Na máxima, a divisa americana alcançou a R$ 6,087, de acordo com informações do portal InfoMoney.
O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, exigiu no último sábado (30) que os países-membros do Brics se comprometam a não criar uma moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
Qual é a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou o dia com alta de 1,07%, cotado a 6,0652 reais — maior valor nominal de fechamento da história. No ano a divisa dos EUA acumula elevação de 25%.
Às 17h05, o dólar para janeiro — o mais líquido no Brasil — subia 1,32%, aos 6,0805 reais.
Dólar comercial
Compra: R$ 6,065
Venda: R$ 6,06
Dólar turismo
Compra: R$ 6,109
Venda: R$ 6,289
O que acontece com o dólar hoje?
No cenário internacional, destaque para a divulgação de indicadores de mercado de trabalho nos Estados Unidos, além de PMIs nas principais economias do mundo. Além disso, o presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, deve falar publicamente, pouco mais de duas semanas depois de ter descartado pressa em cortar os juros.
No Brasil, o ambiente continua sendo de pessimismo em relação ao compromisso do governo com o ajuste das contas públicas, na esteira do duplo anúncio na semana passada de uma reforma do Imposto de Renda e de um pacote de medidas de contenção de gastos.
Investidores avaliaram que o pacote fiscal, que prevê uma economia de 71,9 bilhões de reais nos próximos dois anos, veio na direção correta, mas o anúncio concomitante da reforma do IR teria sinalizado um descompromisso do Executivo com o ajuste fiscal.
Na sexta-feira, diante da repercussão negativa dos planos do governo, o dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais — maior valor nominal de fechamento da história e pela primeira vez acima dos 6,00 reais em um encerramento de sessão.
“É difícil prever até onde o dólar pode chegar, especialmente porque, na minha avaliação, estamos diante de uma resposta desproporcional do mercado em resposta às ações do governo. Em algum momento, devemos observar um ajuste”, disse André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.
Em meio a isso, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o cenário atual aponta para “juros mais altos por mais tempo”.
Na agenda de indicadores de hoje, destaque para a divulgação do Boletim Focus, com analistas projetando nova alta para a taxa Selic no próximo ano, em meio a expectativas também mais altas para o avanço do IPCA em 2024, 2025 e 2026, confirmando ainda uma esperada alta de 0,5 ponto percentual para a taxa básica de juros na última reunião do Copom no ano.
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