Publicado em 03/12/2024 às 14h40.

Adolfo diz que não manda nos deputados e afirma que parlamentares não sobrevivem contra o governo

Segundo Adolfo, os poderes [Executivo e Legislativo] não funcionam como deveriam

Carolina Papa / Neison Cerqueira
Foto: Romulo Faro/ bahia.ba

 

Durante um almoço promovido para imprensa na tarde desta terça-feira (3), o presidente da Alba (Assembleia Legislativa da Bahia), Adolfo Menezes (PSD), falou sobre a dificuldade que os parlamentares têm em dar celeridade nas votações propostas pelos deputados e afirmou que o político estadual não sobrevive contra o governo.

Adolfo esclareceu que ele preside a Casa, mas não manda nos deputados. “O quadro de dificuldade, que todo deputado tem sua independência, o presidente não conduz os deputados. Eles fazerem o trabalho deles. Então, presido, mas não mando nos deputados. As comendas nós restringimos. Vocês viram que esse ano nós demos poucas, porque estava uma baderna e nós aprovamos para submeter a mesa diretora. A mesa diretora rejeita ou aprova. E é claro, aquele deputado que propus, quando levar para o plenário, o plenário é soberano. Mas de qualquer forma dificulta um monte de agora. Talvez agora, mas não falta poucos dias, já está encerrando aí. 20 dias, aqui quem deram está encerrando. E chega o Natal. A próxima hora a gente deve colocar em votação no painel. É porque hoje coloca de qualquer maneira no plenário sem ser no painel. Então fica mais difícil você ver quem votou, quem não votou”, explicou o deputado.

“Por isso que [proposta] não tem andado. Então, essa queixa sempre vai acontecer. Quantos de vocês sabem, que sempre foi assim, e é assim no Brasil? Porque as coisas são enviesadas o poder legislativo está dizendo que para legislar e fiscalizar, mas, na prática, nunca foi e nem é assim, então vocês só é votado numa cidade ou se arruma a obra ou se tiver muitos milhões”, completou.

O deputado afirmou que o político estadual [deputado] não sobrevive contra o governo. As razões, segundo Adolfo, é devido ao orçamento que o Executivo precisa ter aprovado e consequentemente liberar verbas para importantes obras em determinados municípios. “Ninguém quer ficar contra o governo, porque o governo aqui quer ter um orçamento. O governo aqui pode liberar um asfalto, o governo pode liberar um hospital, uma praça. Então funciona assim. Por isso que todos os governadores sempre tiveram maioria. O deputado teve, o Paulo Souto teve, e por aí vai. Rui teve, Wagner teve, Jerônimo teve, e os outros terão da mesma forma”, esclareceu o presidente da Casa.

Segundo Adolfo, os poderes [Executivo e Legislativo] não funcionam como deveriam. “Quem tinha de executar era Executivo, Legislativo não era para cuidar de obra. Mas na realidade, nenhum deputado sobrevive se não tiver obra. Nenhum. A não ser um caso ou outro um cantor, Ivete Sangalo resolve ser deputada as pessoas vão votar porque é famosa porque gosta, como foi o Igor Kannário como foi o Romário, como é o Tiririca, mas é uma minoria muito grande, então, esses não precisam”, pontuou.

“A população as vezes vota em protesto, as vezes vota porque é famoso. É fora da curva, é fora da rua, mas a política normal não sobrevive contra o governo. A não ser no Congresso Nacional com a montanha de emendas que há. Uns 52 bilhões. Assim como Lula, qualquer presidente quer tirar, mas não consegue tirar. Eles têm direito as emendas e eles sobrevivem, mas o estadual não sobrevive, por isso sempre que os governos têm forças nas assembleias, na Bahia e no Brasil”, finalizou.

Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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